Visto que continuavam a interrogá-lo, ele se levantou e lhes
disse: “Se algum de vocês estiver sem pecado, seja o primeiro a atirar pedra
nela”. (João 8.7)
A pobre mulher que foi pega em adultério estava
terrivelmente necessitada. Sua situação não era brincadeira. Ela foi levada ao
juiz e sentenciada segundo a lei: “Apedrejamento até à morte”. Isso não era
música aos seus ouvidos. O coração dela congelou de medo. Sua esperança
consistia no homem que estava escrevendo no chão. Contudo, ela se surpreendeu
quando ele disse: “Se algum de vocês estiver sem pecado, seja o primeiro a
atirar pedra nela”.
São pecadores como essa mulher que pertencem ao reino de
Cristo. Ele não quer pecadores que se recusam a admitir que são pecadores. Eles
pensam que, por não terem pecados visíveis, não precisam da ajuda de Deus. Eu
costumava agir assim quando era monge. Eu dizia: “Hoje nada fiz de mau. Fui
obediente ao meu superior, jejuei e orei. Portanto, que Deus seja
misericordioso comigo”. Eu pensava que Deus devia me perdoar por pecados que eu
não considerava realmente pecaminosos. Na verdade, esses pecados não eram
realmente pecados. Sim, eu os estava inventando.
Pecados que nós mesmos inventamos são estúpidos. A compaixão
divina não está preocupada com pecados inventados. Eles precisam ser
verdadeiros – tais como não temer, confiar ou crer em Deus e não fazer o que a
lei de Moisés ordena. Em outras palavras, pecados reais quebram a lei de Deus,
a qual ninguém pode ignorar. São esses que requerem perdão genuíno, ao invés de
um perdão sem sentido. Voltemos à mulher pega em adultério. Ela não foi
apanhada em algum pecado imaginário, mas em adultério. Assim, devemos nos
guardar contra pecados reais, sem nos esquecermos de que é para esses pecadores
que o evangelho é estendido.
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