Esses dois substantivos estão intimamente
ligados. Causa e efeito. Sabemos que há pessoas que falam demais. Elas o fazem,
muitas vezes, no piloto automático. Sem perceberem, estão discorrendo sobre a
vida alheia, fazendo comentários negativos e destruidores da unidade,
especialmente da igreja. É impressionante o número de fofoqueiros de plantão em
nossas comunidades, que promovem separação entre os irmãos. São homens e
mulheres que não têm o que fazer. Fica muito feio para os dois. A nossa língua
é perigosa e pode matar (Tg 3.1-18). Há pessoas que são viciadas em falar da
vida alheia, em comentar de forma ferina, maldosa, a vida das pessoas. Creio
que elas são infelizes porque se satisfazem em ocupar-se da fofoca ou
maledicência. Não olham para as suas próprias vidas, não avaliam o seu
comportamento, não têm discernimento. Vivem catando as migalhas da mesa dos
outros. Não são pessoas de confiança. Aliás, os maledicentes não merecem
confiança. Eles podem matar as pessoas com a sua língua afiada como um
instrumento cortante.
Os fofoqueiros criam
desunião na família e nos demais contextos onde estão inseridos. São pessoas
doentes, esquizofrênicas e com taras que caracterizam uma vida infeliz, inútil
ou improdutiva. Geralmente os que se ocupam em falar da vida alheia não
trabalham, não fazem coisas úteis, não são servos, e se alimentam da desgraça
alheia, desgraçando ainda mais a vida dos outros. São como ventiladores que
espalham as penas da maledicência, impossível de serem recolhidas. A fofoca
produz desunião, desagregação e confusão no meio do povo. Impede o crescimento
qualitativo e quantitativo da igreja de Jesus.
A língua maldosa é um
fogo que incendeia a comunidade da graça. Causa destruição. É um membro pequeno
do corpo que se gaba de grandes coisas, e é como um mundo de maldade (Tg 3.5,6).
A língua maledicente é do inferno (Tg 3.6). É difícil, diz o apóstolo Tiago,
domar a língua, contê-la, pois está cheia de veneno mortal em função da natureza de Adão (Tg 3.8). Com ela
bendizemos a Deus Pai, e amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de Deus
(Tg 3.9). Há uma incoerência na língua maldita. É a língua que coça para fazer
comentários sem propósito e infelizes. O Senhor Jesus, expondo a triste
realidade do interior do homem, disse: “Porque
do coração é que saem os maus pensamentos, homicídios, adultérios, imoralidade
sexual, furtos, falsos testemunhos e calúnias. São essas coisas que tornam o
homem impuro [...]” (Mt 15.19,20).
Onde há fofoca, há
desarticulação. Os que promovem a maledicência não herdarão o reino dos céus
(Gl 5.19-21). O apóstolo Paulo exorta os irmãos de Éfeso, dizendo: “Não saia da vossa boca nenhuma palavra
que cause destruição, mas só a que seja boa para a necessária edificação, a fim
de que transmita graça aos que a ouvem” (4.29). Esta é a postura do crente.
Ele não cria desunião, mas união, trabalhando zelosamente pela unidade do
Espírito no vinculo da paz. Ele é um promotor da convivência amorosa, sábia,
solidária e respeitosa.
Confesso que há em mim uma mistura de indignação,
raiva e pena dos que falam mal da vida dos outros. Ocupam-se de, jocosamente,
comentar a vida do próximo, de denegrir a sua imagem. Fazem até piadas desrespeitosas.
São pessoas desajustadas, doentes, psicóticas, neuróticas e portadoras de um sentimento
de inferioridade sem precedentes. Elas perderam a autoridade espiritual (se é
que um dia já tiveram). Não têm vergonha. Deixam escapar as melhores
oportunidades de servirem em amor, de falarem bem das pessoas, encorajá-las eem
trabalharem pela unidade do Corpo de Cristo. Ai daqueles que promovem a
maledicência, os boatos e a consequente desunião. São criadores de um ambiente
de insegurança relacional. As pessoas que falam mal do próximo são deformadas
moral, emocional e espiritualmente. Vejamos o que o Espírito diz em Provérbios
6.16-19: “Seis coisas o Senhor detesta,
sim, sete que ele abomina: olhos arrogantes, língua mentirosa, e mãos que
derramam sangue inocente; coração que faz planos perversos, pés que se apressam
a praticar o mal; testemunha falsa que profere mentiras e o que semeia
inimizade entre irmãos”. Ai estão os traços bem nítidos dos maledicentes ou
fofoqueiros ávidos por comentários maldosos. Que Deus, nosso Pai, tenha
misericórdia de todos nós!
Pr. Oswaldo Luiz Gomes Jacob
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