Se não me falha a memória, foi em
1960. Eu estava com 24 anos, e terminava o antigo curso ginasial. Todos da
nossa família já havia aceito Cristo,
menos meu querido pai. Português, com sua cultura tradicional, não nos
acompanhava à Igreja.
Na rua onde morávamos, havia um
bar, onde todas as tardes, reunia-se
grupo de aposentados para jogar dominó. Papai nunca faltava a essa
confraria de bons companheiros. No dia 3 de março, papai sofreu um colapso e
veio a falecer, jogando com os amigos. Nossa igreja comemorava o seu
aniversário de fundação. O conferencista da semana, o saudoso Pastor Waldomiro Mota (sem ofender
os demais), o maior missionário de Missões Mundiais que os batistas tiveram,
compareceu ao funeral.
Como éramos cinco pessoas da
mesma igreja, a capela foi cedida para os funerais. O que reconheço como amor
fraternal, foi a presença do Pastor André Peticov, Waldomiro Mota, e Enéas
Tognini. A rua precisou ser fechada. Uma inesperada multidão compareceu. A
igreja e os freqüentadores do bar compareceram a cerimônia fúnebre. Será que
papai esperava ter tão famosos pastores presentes?
Quarenta anos depois, morre um
vizinho em frente ao templo. Eu, e mais dois irmãos, por solidariedade, fomos
ao cemitério para carregar o caixão, pois, o pai, já idoso, não teve condições
emocionais de ir, pois era filho único.
Agora façamos a comparação. O
amor fraternal de nossos dias não é o mesmo. Como diz Sigmundo Bauman, hoje, os
relacionamentos são líquidos, sem consistência, mas, jamais deixei de ser grato
a Deus, e aos pastores, e à igreja, e aos amigos de papai, aquela demonstração
de amor fraternal.
Os noticiários de TV são pródigos
em noticias de violência. Não há um programa de TV, que noticie fatos que
enalteçam o amor fraternal. Nossos
corações estão vazios de gestos de amor fraternal, mas cheios de relatos de
violência. Será que a vinda de Cristo não está próxima? Ora! Vem Senhor Jesus!
Pr. Manoel de Jesus The
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