“Não é Efraim meu filho querido? Filhinho em quem me
deleito? Pois quantas vezes falo contra ele, tantas vezes me lembro dele
solicitamente; por isso, se comovem por ele as minhas entranhas; deveras me
compadecerei dele, diz o Senhor” (Jeremias 31.20).
Quando Deus falou essas palavras ao profeta Jeremias, a
tribo de Efraim já havia seguido para o cativeiro, conquistada pelos assírios.
Após rejeitar por centenas de anos os apelos para que se arrependessem, os
moradores daquela região colheram o mal que haviam plantado. Ainda assim, o
Senhor afirma que amava aqueles pecadores, e desejava o seu bem. Comovia-se com
os acontecimentos, mesmo respeitando as escolhas que levaram a eles.
Assim como os efraimitas, muitas pessoas vivem hoje em
estado de rebelião contra a vontade de Deus. Elas rejeitam seus avisos e
quebram suas leis. As consequências, inevitavelmente, acabam chegando, na forma
de frustração, desorientação e fracasso. Às vezes elas pensam que Deus não as
ama, mas só estão enfrentando os desdobramentos de suas ações. Como disse o
teólogo, “há um grande vazio no interior do homem, e ele é do tamanho exato de
Deus”.
Deus, como Pai amoroso, está sempre disposto a perdoar. Ele
se refere anós como filhos queridos, filhinhos em quem se deleita. Ele declara
que se lembra de nós solicitamente, e que se compadece de nós. Se o buscarmos com
todo o coração, certamente o acharemos. Uma das explanações mais claras dessa
verdade encontra-se na Parábola do Filho Pródigo, contada por Jesus. O Senhor é
um Pai que não desiste, não esquece, não abandona e não rejeita. Os seus braços
estão sempre abertos para receber um filho ou uma filha que retorna.
Hoje, nosso Pai olha para nós com um amor maior que o
próprio universo, desejoso de nos tomar em seus braços. Sabedores dessa
verdade, não endureçamos os nossos corações. Derramemos perante ele a nossa
alma. Confessemos a ele as nossas falhas. Coloquemos em seus
caminhos os nossos pés. Deus, nosso Pai, nos acolherá com amor e alegria. E nos
fará entender que, no fundo, era por isso que ansiava todo o tempo o nosso
coração.
Pr. Marcelo Aguiar
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