“O vento sopra onde quer. Você o escuta, mas não pode dizer
de onde vem nem para onde vai. Assim acontece com todos os nascidos do
Espírito.” (João 3.8)
O que Jesus disse a Nicodemos aplica-se a nós: precisamos
nascer de novo. Nascer da água e do Espírito. O que conseguimos ser por nós
mesmos, por mais capazes que sejamos, é apenas carne, produto do reino dos
homens. O que é nascido da carne é carne. Precisamos que nosso espírito seja
abraçado pelo Espírito de Deus. Precisamos de Sua influência, conselhos,
misericórdia e graça. Precisamos de Sua revelação sobre o que a vida é de fato.
Sobre quem, de fato, somos. E onde tudo isso nos levará? Levar-nos-á à liberdade
dos filhos de Deus. A ser quem jamais poderíamos ser sozinhos, por nós mesmos.
Seremos a melhor versão de nós mesmos, para nossa felicidade e daqueles que
conosco caminham. Dentre as bênçãos e as virtudes que o Espírito promoverá em
nós estarão amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade,
mansidão e domínio próprio (Gl 5.22-23).
A liberdade chega porque, pelo Espírito somos levados à
verdade (Jo 16.13) e, como Jesus declarou, quando conhecemos a verdade somos
libertos (Jo 8.32). Sem a verdade proveniente do Espírito viveremos iludidos e
isso nos escravizará. Como escravos, em lugar das bênçãos e virtudes do
Espírito, nossa vida será marcada pelo pior de nossa carnalidade. Nas palavras
de Paulo: imoralidade sexual, impureza e libertinagem; idolatria e feitiçaria;
ódio, discórdia, ciúmes, ira, egoísmo, dissensões, facções e inveja;
embriaguez, orgias e coisas semelhantes (Gl 5.19-21). Nessas condições não
conheceremos a satisfação que tanto buscamos e muito menos a paz. Desprezaremos
os verdadeiros valores da vida e assim a perderemos, embora tentemos
aproveitá-la ao máximo. Vivendo com o Espírito Santo seremos livres e nessa
liberdade honraremos a Deus, que nos criou para sermos livres.
É o Espírito que nos devolve a liberdade. Sem Ele jamais
seremos livres de fato. O Espírito nos leva à liberdade e à leveza. E aí me dou
conta de que normalmente a religiosidade se caracteriza pelo contrário: por
vigilância e peso. Se nossa religiosidade não se constituir em espaço para a
graça e manifestação do amor de Deus, ela não passará de esforço humano na
tentativa de produzir a vida que somente se encontra em Deus, e que só se obtém
como dádiva. Em lugar de nos impressionar com Deus, desejaremos impressionar
uns aos outros, ignorando que a fé cristã, o Evangelho de Jesus, é de outra
natureza. O Espírito nos faz livres para escolher amar. Ele nos desafia a
aprender a amar o Deus, a quem não vemos e o próximo, de quem nem sempre
gostamos. Ser livre é muito melhor e Deus sempre planejou o melhor para nós.
Paulo estava certo: a vontade de Deus é boa, perfeita e agradável! A gente é
quem complica.
Nenhum comentário:
Write comentários