A Reforma protestante trouxe em seu bojo, uma questão
complexa. Os salvos são salvos porque foram escolhidos para serem salvos? A
Igreja Romana resolveu a questão da seguinte forma: Os pais escolhem pelos
filhos. Foi batizado, quando ainda bebezinho, fica sob o guarda-chuva da
igreja, e é salvo. Essa salvação precisa ser assegurada pelas obras.
Os Arminianos estão no mesmo barco. O indivíduo crê na
Palavra, aceitando que é pecador, arrepende-se, crê em Cristo, e está salvo.
Lembre-se! Eu disse está salvo. Não disse é salvo. Se perseverar crendo, até a
hora da morte, então provou que era um salvo.
Os Calvinistas, que escolhem os textos que exaltam a Graça
(os Arminianos escolhem os textos que acentuam a necessidade da decisão em
crer), acentuam que os salvos, são salvos por que foram escolhidos por Deus,
antes mesmo de terem nascido. Aqui temos uma grande dificuldade, sempre
esquecida: Se o salvo é salvo por que foi um escolhido, então, por
consequência, o perdido foi também um escolhido para a perdição eterna. Se a
escolha é feita por outrem, se não pertence a mim a escolha A, acabo sendo, por
exclusão da A, sendo escolhido para B, C, ou outra escolha, portanto, perco a
escolha A. Se somente é salvo aquele que caiu na escolha A, os não salvos são
os que caíram nas demais. Viram como a questão é complexa? Ela jamais será
decidida neste mundo.
A questão é complexa por esquecimento de dois detalhes
importantes. A doutrina da predestinação, ou calvinista, é apoiada por muitos
textos, mas o objetivo de tais textos é nos servir de consolo, e também para
enaltecer a Glória de Deus. Os textos de apoio à livre escolha do individuo,
são textos que serve, para advertência. Eles nos advertem do perigo do mundo,
do pecado, de Satanás, do quanto é pecaminoso o nosso coração.
Agora, o leitor pode perguntar-me: Como resolver a questão?
Bem, com a devida vênia do leitor, vou colocar a minha escolha. Louvo a Deus, e
o sirvo sempre com alegria, cuidando que cada ação pessoal exalte o amor eterno
de Deus, por mim, e o glorifique, e, ao mesmo tempo, cuido de evitar o pecado,
para que isso vá me convencendo de que não estou apenas salvo, mas que SOU UM
SALVO! Consolo e advertência, sabendo que somos falhos, foi o objetivo de Deus,
ao nos deixar textos, que apoiam ambas as doutrinas.
Pr. Manoel de Jesus The
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