Mateus
17.24-27
24 Quando
Jesus e seus discípulos chegaram a Cafarnaum, os coletores
do imposto de duas dracmas vieram a Pedro e perguntaram: “O
mestre de vocês não paga o imposto do
templo?” 25 “Sim,
paga”, respondeu ele. Quando Pedro entrou na casa, Jesus foi
o primeiro a falar, perguntando-lhe: “O que você
acha, Simão? De quem os reis da terra cobram tributos e
impostos: de seus próprios filhos ou dos outros?” 26 “Dos
outros”, respondeu Pedro. Disse-lhe Jesus:
“Então os filhos estão isentos. 27 Mas,
para não escandalizá-los, vá ao mar e
jogue o anzol. Tire o primeiro peixe que você pegar, abra-lhe
a boca, e você encontrará uma moeda de quatro
dracmas. Pegue-a e entregue-a a eles, para pagar o meu imposto e o
seu”.
Cidadão
e cidadania
Vira
e mexe, muito ouvimos falar em cidadania e em exercício de
cidadania, especialmente quando as coisas não vão
bem em Brasília e o cidadão sente as
consequências no bolso, como é o caso agora.
A
nossa Constituição
Federal, em seu artigo 1o –
parágrafo II, preceitua que a República
Federativa do Brasil constitui-se em Estado Democrático de
Direito e tem como um de seus fundamentos a cidadania.
A
cidadania é muito mais abrangente do que o direito de votar:
é um qualificativo daquele que é
cidadão. Mariana Petrel, advogada e professora de Direito
Constitucional, apontou que cidadão é o
indivíduo
- que está legalmente capacitado a participar da vida da sociedade;
- que tem consciência de seus direitos e deveres, sendo-lhe permitida a participação ativa nas questões da comunidade;
- que, no espírito da lei, cobra e fiscaliza o cumprimento de seus direitos básicos (vida, liberdade, igualdade, propriedade, segurança, etc);
- mas que, ao mesmo tempo, cumpre com os seus deveres e obrigações (não matar, não discriminar, não roubar, votar, etc);
- que participa do processo de construção do país, sente-se responsável pelo funcionamento de suas instituições (escolas, repartições públicas, etc), interessa-se pelo bom andamento das atividades estatais e pensa no próximo e nos direitos dele.
Assim
é que o cristão, acima de qualquer outro
cidadão, deveria exercer plenamente a sua cidadania; isto
é: ter consciência de suas
obrigações e lutar para que o que é
justo e o direito sejam colocados em prática.
Cidadania
celestial
O
cristão cidadão deve exercer a sua cidadania sem
jamais perder de vistas a sua cidadania original. Ele é
cidadão do céu. Aos Filipenses,
Paulo exortou:
Fl
3.17-21 | 17 Irmãos,
sigam unidos o meu exemplo e observem os que vivem de acordo com o
padrão que lhes apresentamos. 18 Pois,
como já lhes disse repetidas vezes, e agora repito com
lágrimas, há muitos que vivem como inimigos da
cruz de Cristo. 19 O
destino deles é a perdição, o seu deus
é o estômago e eles têm orgulho do que
é vergonhoso; só pensam nas coisas terrenas. 20 A
nossa cidadania, porém, está nos céus,
de onde esperamos ansiosamente o Salvador, o Senhor Jesus Cristo. 21 Pelo
poder que o capacita a colocar todas as coisas debaixo do seu
domínio, ele transformará os nossos corpos
humilhados, tornando-os semelhantes ao seu corpo glorioso.
Contrario
do que se pensa e, infelizmente, por vezes se constata, a cidadania
celestial não é para transformar o
cristão num cidadão alienado deste mundo. O
oposto disso é verdadeiro. A cidadania celestial
deverá torná-lo íntegro, justo,
batalhador do direito, servo que se sacrifica pelo bem do outro, pois
está confiante na justiça do porvir.
Aos Efésios,
Paulo instruiu assim:
Ef
2.19-3.1 | 2.19 Portanto,
vocês já não são
estrangeiros nem forasteiros, mas concidadãos dos santos e
membros da família de Deus, […] 3.1 Por
essa razão, eu, Paulo, sou prisioneiro de Cristo Jesus por
amor de vocês, gentios […]
A
cidadania celestial torna o cristão tão
radicalmente amoroso, que ele abre mão de seu direito para
ver o outro desfrutando da justiça do Evangelho.
O
autor de Hebreus revelou
esse mesmo resultado na vida dos cidadãos do céu
que buscam espalhar o direito de Cristo na terra.
Hb
10.32-39 | 32 Lembrem-se
dos primeiros dias, depois que vocês foram iluminados, quando
suportaram muita luta e muito sofrimento. 33 Algumas
vezes vocês foram expostos a insultos e
tribulações; em outras ocasiões
fizeram-se solidários com os que assim foram tratados. 34 Vocês
se compadeceram dos que estavam na prisão e aceitaram
alegremente o confisco dos seus próprios bens, pois sabiam
que possuíam bens superiores e permanentes. 35 Por
isso, não abram mão da confiança que
vocês têm; ela será ricamente
recompensada. 36 Vocês
precisam perseverar, de modo que, quando tiverem feito a vontade de
Deus, recebam o que ele prometeu; 37 pois
em breve, muito em breve “Aquele que vem virá, e
não demorará. 38 Mas
o meu justo viverá pela fé. E, se retroceder,
não me agradarei dele”. 39 Nós,
porém, não somos dos que retrocedem e
são destruídos, mas dos que creem e
são salvos.
A
cidadania celestial, longe de alienar, deve tornar o cristão
num cidadão brasileiro radicalmente amoroso: perseverante na
prática do bem e do direito, que proclama e modela o
evangelho de Cristo. Mas, como?
A
fé nas promessas da “Jerusalém
celestial” (Hb
12.22-23) tem o poder de transformar o cristão no melhor
tipo de cidadão que poderá existir. Mas, pena que
na prática não é assim!
Escrevendo
aos Coríntios,
Paulo registrou um incidente que mostra bem a que ponto o
cristão é capaz de chegar quando, em vez de viver
pela fé, esperança e amor, ele busca fazer
prevalecer a sua vontade: aqueles cristãos iam parar nos
tribunais, uns contra os outros!
1Co
6.7-8 | 7 O
fato de haver litígios entre vocês já
significa uma completa derrota. Por que não preferem sofrer
a injustiça? Por que não preferem sofrer o
prejuízo? 8 Em
vez disso vocês mesmos causam injustiças e
prejuízos, e isso contra irmãos.
Parece
que em Corinto estava acontecendo a mesma coisa que foi relatada por
Tiago (Tg 5.4-6): os mais ricos (empregadores) não estavam
pagando os salários dos mais pobres (empregados) ou, quando
pagavam, eram injustos na quantia. Paulo, então: 1 repreende
a liderança dos Coríntios por não
agirem para resolver o litígio entre os irmãos
(1Co 6.1-8) e 2 repreendeu
a ganância dos ricos injustos, além de exortar os
pobres injustiçados a não seguirem com
ódio e retaliação, mas exercitando o
amor, o altruísmo e o perdão.
O
fundamento do argumento de Paulo é o juízo
vindouro de Deus (1Co 6.9-11). O justo será recompensado e
os injustos punidos.
A
cidadania celestial nos torna melhores cidadãos deste mundo.
Cristão
cidadão
O
cristão deve ser cidadão exemplar –
exemplo de fé, de esperança e de amor
(lê-se justiça, direito, boas obras, bondade,
etc). Esta afirmação nos leva de volta ao texto
de hoje à noite: Mateus 17.24-27.
Na
escola do discipulado, Pedro estava agora pronto para a
lição de cidadania. Afinal, como vimos
até aqui, o caráter escultural do
cristão deve também reluzir na sociedade: o
cristão deve ser cidadão exemplar.
O
texto de Mateus sobre o
imposto do templo (Mt
17.24-27) não aparece em qualquer dos outros Evangelhos.
Curiosamente, Mateus, como se sabe, antes de se converter e seguir a
Jesus, era cobrador de impostos (Mt 9.9). Portanto, não
seria exagero afirmar que a lição de cidadania
ensinada a Pedro, de alguma forma, impactou profundamente o
apóstolo Mateus. Bom para nós, pois ficamos com
um relato singular sobre os pilares do cristão
cidadão:
- ele é consciente da onisciência de Deus;
- ele age confiante na onipotência de Deus;
- ele reflete consistentemente a benevolência de Deus.
Veremos
um de cada vez.
1.
O cristão cidadão é consciente da
onisciência de Deus
Jesus
e os apóstolos estavam na reta final para a entrada triunfal
em Jerusalém, à qual se seguiriam o julgamento, a
paixão, a morte e a ressurreição do
Senhor.
Eles
estão na última passagem por Cafarnaum, local da
residência de Pedro. Os últimos dias haviam sido
de muitas emoções: a confissão de
Pedro, a Transfiguração de Cristo, a cura de um
menino endemoninhado e a revelação da morte e
ressurreição de Jesus; após o que,
observe o que acontece.
Mt
17.24-25 | 24 Quando
Jesus e seus discípulos chegaram a Cafarnaum, os coletores
do imposto de duas dracmas vieram a Pedro e perguntaram: “O
mestre de vocês não paga o imposto do
templo?” 25 “Sim,
paga”, respondeu ele. Quando Pedro entrou na casa, Jesus foi
o primeiro a falar, perguntando-lhe: “O que você
acha, Simão? De quem os reis da terra cobram tributos e
impostos: de seus próprios filhos ou dos outros?”
Estavam
todos cansados, física e emocionalmente. Jesus já
estava dentro da casa. Pedro, que por algum motivo que desconhecemos,
ficou para trás, precisou encarar a indigesta conversa dos
coletores de impostos do templo.
Esses
eram homens da sinagoga e tal imposto não era romano, mas
judaico, baseado em Êxodo 30.11-16. Era costume comumente
aceito da época isentar os mestres religiosos do pagamento
desse imposto particular. Pedro, porém, sabia que Jesus o
pagava, pois assim afirmou (Mt 17.25).
A
julgar pela forma como os fiscais construíram a pergunta (“Não
paga o mestre de vocês o imposto do templo?”),
tudo o que eles desejavam ouvir era que Jesus não pagava o
imposto. Portanto, o fato de cobrarem de Jesus e de cobrarem dessa
forma revela que 1 o
Senhor não era por eles reconhecido como mestre e que 2 a
reputação do Senhor estava começando a
desgastar-se além da conta.
Agora,
note o seguinte: quando Pedro entrou em casa, Jesus (e não
Pedro!) é que foi o primeiro a falar, indo ao ponto: “O
que você acha, Simão? De quem os reis da terra
cobram tributos e impostos: de seus próprios filhos ou dos
outros?” (v.
25).
Pedro
estava aprendendo uma lição essencial para o
cristão cidadão: Deus é onisciente.
Ele sabe todas as coisas. Ele ouve todas as conversas. Ele investiga
todos os corações. Certamente que, ao pisar
dentro de casa, Jesus percebeu o semblante abatido de Pedro. Ele sabia
que não era só o cansaço. Algo tinha
acontecido lá fora e o Senhor, oniscientemente, havia tomado
conhecimento.
É
como se Jesus estivesse dizendo:
“Pedro,
eu sei que eles não me reconhecem como Mestre, por isso me
cobram;
sei
que eles armaram uma armadilha para nos pegar;
sei
que você foi honesto em sua resposta;
sei
que você ficou abatido por saber que eu não
precisava pagar;
sei
que eles são maus e que a maldade deles te destruiu por
dentro;
Pedro,
eu sei de todas as coisas.”
A
onisciência de Deus, conforme apresentada neste texto, deve
nos exortar ou encorajar de pelo menos duas maneiras:
1.1
– Devemos andar e viver integramente, conforme Deus exortou
Abraão:
Gn
17.1 | Quando
Abrão estava com noventa e nove anos de idade o Senhor lhe
apareceu e disse: “Eu sou o Deus todo-poderoso; ande segundo
a minha vontade e seja íntegro.
1.2
– Podemos orar e confiar inteiramente, conforme Deus falou a
Isaías:
Is
65.24 | Antes
de clamarem, eu responderei; ainda não estarão
falando, e eu os ouvirei.
O
cristão consciente da onisciência de Deus
será um cidadão melhor: ele buscará
viver com integridade diante dos homens, e em inteira
confiança e dependência do Senhor. O
cristão cidadão é consciente da
onisciência de Deus.
2.
O cristão cidadão age confiante na
onipotência de Deus
O
medo da pobreza, tanto de faltar o principal como de perder o que se
poupou, atormenta, não é de hoje, a
raça humana. Nem mesmo os cristãos
estão imunes ao flagelo da ansiedade e do medo.
Até os apóstolos de Jesus sofreram nas garras do
medo de não ter recursos para sobreviver.
Imagine,
por um instante, a cabeça de Pedro. Após ser
abordado pelos fiscais do templo, a caminhada até o interior
da casa deve ter sido de muita ansiedade: “E
agora? Deixamos tudo para seguir o Mestre e não temos sequer
a ninharia de ‘uma moeda de quatro dracmas’ para
pagar o imposto do templo. Meu Deus! Que pindaíba
é essa?”
Assim
é que eu e você, provavelmente,
teríamos pensado. Não é verdade? Pedro
e nós todos, cristãos de todas as
épocas, precisamos aprender e sempre recordar a importante
lição: quando Deus chama ele também
cuida. A nossa responsabilidade é seguir e a dele
é sustentar.
Pense
bem. Não
seria o medo ou a falta de fé na onipotência de
Deus – que, quando dominantes, dão lugar
à cobiça – que nos faz tantas vezes
deixar de pagar impostos devidos e entregar dízimos e
ofertas? Creio que sim.
Dar
a César o que é de César e a Deus o
que é de Deus é um exercício de
fé. Não é tarefa fácil. Por
isso que todo dia, todo mês e todos os anos nós
devemos nos fazer lembrar que o Deus que nos chama também
cuida de nós; a nossa responsabilidade é seguir e
a dele é sustentar.
Como
Deus agiu nesse caso em particular? Observe.
Mt
17.27 | […]
vá ao mar e jogue o anzol. Tire o primeiro peixe que
você pegar, abra-lhe a boca, e você
encontrará uma moeda de quatro dracmas. Pegue-a e entregue-a
a eles, para pagar o meu imposto e o seu”.
O
Senhor colocou Pedro para trabalhar. Sim, pegar o peixe com a moeda nas
entranhas era um milagre. Mas, o milagre não teria
acontecido se Pedro não tivesse ido trabalhar; se ele
não tivesse ido fazer o que ele sabia fazer: pescar.
Tendo
Pedro se disposto a agir, observe a onipotência de Deus em
ação. Primeiro, alguém teria que
deixar uma moeda de quatro dracmas cair no lago. Segundo, o peixe, para
abocanhar a moeda, teria que estar no lugar exato senão
não veria aquele objeto brilhante se afundando. Terceiro, o
peixe teria que achar o anzol de Pedro. Tudo isso, Deus fez acontecer.
O
cristão cidadão age confiante na
onipotência de Deus. Ele trabalha. Ele luta. Ele persevera.
Deus, por sua vez, poderosamente, cuida de sustentar e
abençoar os seus filhos que com fé o buscam.
O
cristão cidadão age confiante na
onipotência de Deus. Ele paga seus impostos. Ele é
íntegro e honesto em suas transações.
Ele também dizima e oferta com fé e liberalidade.
O
cristão cidadão age confiante na
onipotência de Deus: ele dá a César o
que é de César e a Deus o que é de
Deus. Ele não deixa de fazer o bem.
3.
O cristão cidadão reflete consistentemente a
benevolência de Deus
Jesus
não precisaria pagar o imposto do templo. Há pelo
menos três motivos.
Primeiro,
porque ele era o Filho do Senhor e Rei de todas as coisas. Veja.
Mt
17.25-27 | 25 “Sim,
paga”, respondeu ele. Quando Pedro entrou na casa, Jesus foi
o primeiro a falar, perguntando-lhe: “O que você
acha, Simão? De quem os reis da terra cobram tributos e
impostos: de seus próprios filhos ou dos outros?” 26 “Dos
outros”, respondeu Pedro. Disse-lhe Jesus:
“Então os filhos estão isentos.
Segundo,
porque com a encarnação de Cristo, o templo
perdeu todo o valor simbólico. Estava na terra, ali diante
dos olhos de todos que quisessem ver, aquele que é maior que
o templo: o Senhor Jesus Cristo (Mt 12.6); aquele que,
aliás, é o próprio templo de Deus
entre os homens (Jo 1.14; 2.19).
Terceiro,
porque a cobrança era abusiva, já que [1] Jesus
como Mestre e, portanto, desejando, de acordo com a lei, estaria isento
de pagá-lo e [2] o
imposto perderia o seu valor original. Após 70 d.C., com a
destruição do templo e da cidade de
Jerusalém, os romanos destinaram essa taxa para sustentar o
novo templo romano dedicado a Júpiter Capitolino.
Por
que, então, o Senhor insistia em pagar o imposto do templo?
Ele mesmo responde, dando-nos uma belíssima
lição de cidadania.
Mt
17.26-27 | 26 […]
Disse-lhe Jesus: “Então os filhos estão
isentos. 27 Mas,
para não escandalizá-los,
vá ao mar e jogue o anzol. Tire o primeiro peixe que
você pegar, abra-lhe a boca, e você
encontrará uma moeda de quatro dracmas. Pegue-a e entregue-a
a eles, para pagar o meu imposto e o seu”.
“Para
não escandalizá-los”,
disse Jesus! No grego, o verbo significa “ofender,
fazendo tropeçar e cair”.
Jesus, portanto, paga o imposto por ter amor pelas almas deles todos. J.
C. Ryle, comentando sobre este
texto, anotou:
Dos
direitos de Deus, é indubitável, jamais
deveríamos desistir; mas, dos nossos próprios
direitos, ocasionalmente podemos desistir deles, com real proveito.
Talvez soe correto e pode parecer heroico estarmos continuamente a
defender, com tenacidade, os nossos direitos. Porém, diante
de uma passagem bíblica como esta, bem poderíamos
duvidar se tal tenacidade é sempre sábia e sempre
reflete a mente de Cristo. Há ocasiões em que o
crente demonstra maior graça submetendo-se do que oferecendo
resistência.
Para
nos lembrar de nossos direitos e deveres, tendo uma passagem
bíblica como esta diante de nós, Ryle segue
adiante com palavras tão ricas e tão atuais, que
merece cada segundo de nossa atenção.
Lembremo-nos
desta passagem, na qualidade de cidadãos
e patriotas. Talvez
não aprovemos todas as medidas políticas tomadas
por nossos governantes. Talvez discordemos de alguns dos impostos que
eles determinam. Mas, a grande indagação,
após tudo isso, é a seguinte:
“Redundará em qualquer benefício para a
causa da fé cristã se eu resistir às
autoridades constituídas? As medidas decretadas por elas
realmente estão prejudicando o bem-estar de minha
alma?” Em caso negativo, fiquemos tranquilos, “para
não escandalizá-los”.
Também
nós devemos recordar deste trecho bíblico na
qualidade de membro
da Igreja de Cristo. Talvez
não gostemos de tudo que ocorre nos cultos e nas
conduções dos líderes do grupo
evangélico a que pertencemos. Talvez constatemos que aqueles
que nos governam, quanto às questões espirituais,
nem sempre se mostram sábios. Mas, em última
analise, os pontos sobre os quais nos sentimos insatisfeitos
são, realmente, de importância vital? Alguma das
grandes verdades do evangelho está sendo
ameaçada? Em caso contrário, fiquemos quietos,
“para não escandalizá-los”.
O
cristão cidadão reflete consistentemente a
benevolência de Deus. Ele abre mão de seus
direitos para glorificar a Deus e salvar o pecador. Paulo aprendeu esse
princípio:
1Co
9.12 | Se
outros têm direito de ser sustentados por vocês,
não o temos nós ainda mais? Mas nós
nunca usamos desse direito. Ao contrário, suportamos tudo
para não colocar obstáculo algum ao evangelho de
Cristo.
O
cristão cidadão reflete consistentemente a
benevolência de Deus.
Cristão
cidadão
Como
os nossos dias estão carentes de cristãos
cidadãos! Crentes conscientes da onisciência de
Deus; crentes confiantes na onipotência de Deus; crentes que
refletem consistentemente a benevolência de Deus.
Pedro
aprendeu essa lição e passou-a adiante. Em sua
carta, ele anoutou:
1Pe
2.11-15 | 11 Amados,
insisto em que, como estrangeiros e peregrinos no mundo,
vocês se abstenham dos desejos carnais que guerreiam contra a
alma. 12 Vivam
entre os pagãos de maneira exemplar para que, mesmo que eles
os acusem de praticarem o mal, observem as boas obras que
vocês praticam e glorifiquem a Deus no dia da sua
intervenção. 13 Por
causa do Senhor, sujeitem-se a toda autoridade constituída
entre os homens; seja ao rei, como autoridade suprema, 14 seja
aos governantes, como por ele enviados para punir os que praticam o mal
e honrar os que praticam o bem. 15 Pois
é da vontade de Deus que, praticando o bem, vocês
silenciem a ignorância dos insensatos.
Quem
se beneficia com uma sociedade permeada de cristãos
cidadãos? Todo mundo: a sociedade é
abençoada; Cristo é glorificado e o
cristão confirma a sua união com Cristo.
Mt
17.26-27 | Mas,
para não escandalizá-los, vá ao mar e
jogue o anzol. Tire o primeiro peixe que você pegar, abra-lhe
a boca, e você encontrará uma moeda de quatro
dracmas. Pegue-a e entregue-a
a eles[sociedade], para
pagar o meu [Cristo
glorificado] imposto
e o seu [Pedro
e Cristo unidos]”.
O
cristão cidadão abençoa a sociedade,
glorifica a Cristo e confirma sua união com Cristo. Poucas
coisas provam mais a nossa união com Cristo do que a forma
como exercemos a cidadania.
Avalie-se.
Arrependa-se. Confesse o seu pecado e creia para a
salvação.
Cristo
realizou o milagre para ele receber a glória e Pedro o
livramento: com uma moeda só!
Cristo
morreu e ressuscitou para ele receber a glória e
nós a salvação: para sermos um
só. Creia.
Pr. Leandro Peixoto
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