Já
dizia o poeta: “Amigos são como as
estrelas: mesmo que estejam distantes, brilham em nossos corações”. Como é
importante ter amigos! São pessoas especiais que nos dizem o que precisamos
ouvir e não o que queremos ouvir. Outro poeta dizia: “Amigo, palavra fácil de se pronunciar, mas muito difícil de se
encontrar”. Para o pastor há uma dificuldade imensa em fazer e ter amigos.
As pessoas de um modo geral buscam amizades que as beneficiem, que são
descartáveis. Na sociedade em geral e até nas igrejas, há uma especialidade em
usar pessoas para o benefício próprio. A sociedade é egoísta, interesseira e
espartana. Só pensa em si, busca os seus interesses e amputa, alija os que não
lhes apetece, não servem aos seus interesses.
É muito difícil fazer
amigos porque vivemos numa sociedade adâmica, egoísta, voltada para o ter, o poder,
a vaidade, o consumismo e o ‘deus do
entretenimento’ ou prazer em si. São muitos os obstáculos para se construir
amizades autênticas. O coração é
enganoso e desesperadamente corrupto (Jeremias 17.9,10). Há muitos
comprometimentos que se tornam grandes obstáculos para se granjear amigos. Quantas
vezes nos trancamos em nós mesmos. Temos a tendência de nos justificamos
dizendo que “não dispomos mais de tempo”.
Ocupamo-nos com tantos afazeres que conversar, rir e chorar com pessoas não são
prioridades. As amizades estão se tornando cada vez mais superficiais, despidas
da sinceridade do Mestre. O pastor precisa ser muito cuidadoso, ter muito
discernimento para a arte de fazer
amigos. Na verdade, quando fazemos amizades corremos risco. Precisamos ter
muito cuidado com as decepções.
Mas há esperança para o
pastor de fazer amizades sinceras, leais, mesmo que muito reduzidas, para
compartilhar as inquietações do coração. Jesus é o nosso modelo de amigo a toda
a prova. Ele declarou: “Ninguém tem
maior amor do que este: de dar a sua vida pelos amigos. Vós sereis meus amigos
se fizerdes o que eu vos mando” (João 15.13,14). O pastor, seguindo e
servindo a Cristo, nesta peregrinação cristã, pode encontrar amigos da verdade e de verdade. Há
amigos mais chegados que irmãos. Eles são uma raridade e preciosidade em nossa peregrinação profética neste mundo. O
pastor, dado a sua vocação ministerial,
tem muita dificuldade de encontrar verdadeiros amigos com os quais pode rasgar
o coração sem medo e desconfiança.
Os
amigos são conhecidos quando passamos por crises das mais variadas, angústias e
até depressão. Nos momentos mais difíceis da vida, os verdadeiros amigos se
aproximam para serem um suporte e via de regra nos ajudam a vencer as
dificuldades da vida. Os amigos comem o sal
e o pão seco conosco. Estão com a gente em nosso sofrimento. Eles se
arriscam por nós como fizeram Áquila e Priscila, um casal especial na vida do
apóstolo Paulo. O testemunho do apóstolo é o seguinte: “Saudai Priscila e Áquila, meus cooperadores em Cristo Jesus, os
quais pela minha vida arriscaram a sua própria cabeça; e isto lhes
agradeço, não somente eu, mas também todas as igrejas dos gentios” (Rm
16.3,4). Temos também o caso conhecido de Jonatas e Davi, que eram muito amigos.
Após a morte de Jônatas, Davi adotou Mefibosete, filho do amigo, e este passou
a morar no palácio do rei, sendo tratado como filho.
A
minha oração sincera é que cada pastor tenha amigos de verdade. Eles são um
tesouro muito precioso! O relacionamento entre o pastor e os amigos de verdade certamente
será encorajador, enriquecedor e criativo. Oremos e caminhemos com os nossos
amigos. Sejamos sempre amorosos e sinceros com eles. Que não tenhamos nada a
esconder. Que haja plena confiança em nossa comunhão fraterna. Sejamos
servidores dos amigos, sim, amigos do peito, de verdade, crucificados, mortos e
ressurretos com Cristo.
Pr. Oswaldo Luiz Gomes Jacob
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