As pessoas dizem: “A Igreja deve nos liderar”. Isso seria
verdade se as pessoas entendessem a declaração da forma correta, mas seria falso
se houvesse um mal-entendido.
Por Igreja devemos entender todo o corpo de cristãos
verdadeiros. E quando as pessoas dizem que a Igreja deve nos oferecer uma
liderança, precisam entender que alguns cristãos — aqueles que por acaso
apresentem os talentos requeridos — devem ser economistas e políticos, e que
todos os economistas e políticos devem ser cristãos, e assim todos os esforços
na política e na economia devem ser direcionados para pôr em prática o “faça
aos outros o que gostaria que fizessem com você”.
Se isso acontecesse e se realmente estivéssemos preparados
para vivenciar essa realidade, rapidamente encontraríamos a solução cristã para
os nossos problemas sociais. Mas é claro que, quando as pessoas pedem por uma
liderança da Igreja, o que a maior parte dessas está querendo é que os clérigos
desenvolvam um programa político. Isso seria ridículo.
Os clérigos são pessoas da Igreja que foram especialmente
treinadas e separadas para se preocupar com o que nos diz respeito como
criaturas eternas. E estamos pedindo que eles realizem um trabalho bem
diferente, para o qual não foram treinados. Nós, os leigos, é que somos
responsáveis pelo trabalho.
A aplicação de princípios cristãos para promover o
sindicalismo ou a educação deve vir de sindicalistas cristãos e professores
cristãos; assim como a literatura cristã provém de romancistas e dramaturgos
cristãos — e não de uma bancada de bispos, reunidos para tentar escrever peças
e romances em suas horas vagas.
Extraído do Um Ano com C. S. Lewis
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