As pessoas são, muitas vezes, muitas vezes mesmo, ingratas,
fingidas, maldosas. Elas querem levar vantagem, são arrogantes e preguiçosas
para aprender. Há momentos que fico tão decepcionado que sou tentado a largar
tudo e cuidar apenas da minha vida. Parece que emprego forças para resolver
problemas de gente que não merece. Quando vejo minhas ofertas e impostos sendo
administrados com incompetência ou desonestidade, tenho vontade me trancar e
não ajudar a mais ninguém. Sei que esses sentimentos não são unicamente meus.
E, o Diabo, grande estrategista, sabedor disso, alimenta
nossa desesperança. Mina nossa fé no ser humano, mina nossa confiança na
igreja. Ele não consegue minar nossa fé em Deus, mas pode tornar essa fé
irrelevante. O inimigo traz a decepção para o nosso coração, e encontra um
terreno fértil! Sem falar nas vezes que, mesmo conscientes de todo o esforço do
maligno para matar, roubar e destruir, vez por outra, nós mesmos contribuímos
para o desânimo geral dos bons. Enfim, essa decepção cresce e tira o
significado e a beleza da vida. E esse é
um atalho surpreendente para nos distanciarmos do Pai e apagarmos o Espírito!
Se perdermos a fé nas pessoas, perdemos tudo! Abrimos
caminho para a inutilidade! É na convivência que nos descobrimos, que nos
percebemos. É através dela que somos trabalhados, moldados, e que ajudamos a
moldar! Se perdermos a fé nos que temem a Deus, somos enfraquecidos e todo o
reino sofre! É preciso exercitar os dons, é preciso viver a comunhão! É preciso
ampliar a solidariedade! Somos seres relacionais. De que adianta pensarmos nas
coisas do Alto se achamos que não vale a pena lutar por aqueles que o céus
querem alcançar?
Então, com um desejo contrário, sinto Deus me nutrir. Ouço
sua poderosa voz Longânima, dizendo que preciso ter calma. Poderosa, pois faz nascer o que me falta. Um
olhar diferente. Sou lembrado dos meus próprios erros, e isso me ajuda a ser
tão mais paciente. Quando me lembro dos micos que já paguei, posso até rir e
fazer minha vida um pouco mais leve. Minha filha Patrícia, com seus sete ou
oito anos, um belo dia, me saiu com essa quando foi seriamente advertida:
"Mas, papai, o humano é errar".
Lembro também que o outro está sendo trabalhado por Deus. Um
pastor andava com um broche na camisa que dizia "Tenha paciência comigo;
Deus não me terminou ainda". Deus tem motivos para desistir de nós, e não
o faz. Ele teve motivos para desistir do rei Davi, mas, em vez disso, o perdoou
e, pela graça, fez o fruto desses erros, adultério seguido de homicídio, se
converter em Salomão, o homem mais sábio do mundo. A luta de Abraão com Deus
sobre a destruição de Sodoma e Gomorra também nos inspira. Não podemos desistir facilmente das pessoas,
do casamento, dos filhos. Não desista enquanto Deus continua investindo.
Continue! Ânimo! Para sua própria
sobrevivência e sobrevivência da fé.
Pr. Juracy
Bahia
Segunda
Igreja Batista em Petrópolis/RJ
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