Dizendo a Arão: Faze-nos deuses que vão adiante de nós;
porque a esse Moisés, que nos tirou da terra do Egito, não sabemos o que lhe
aconteceu. (Atos 7:40)
Estêvão, diácono da igreja em Jerusalém, causava incômodo às
autoridades religiosas porque era um “homem cheio de fé e do Espírito Santo”.
Tendo sido preso, foi levado perante o sumo sacerdote, diante de quem afirmou,
citando as Escrituras, que Jesus era o Messias. Um dos trechos do seu discurso
vale a pena citar, porque nos oferece uma pista para entender nossa própria
idolatria: “Dizendo a Arão – faze-nos deuses que vão adiante do nós; porque a
esse Moisés, que nos tirou da terra do Egito, não sabemos o que aconteceu”
(Atos 7:40).
Deus nos criou limitados. Nenhuma criatura jamais ostentou o
privilégio de ser idêntica ao Criador. O máximo que o Senhor nos outorgou foi
ser à imagem e semelhança Dele. Só que ser semelhante implica ser diferente.
Dito tudo isso, perguntamos: como é ser deus? Ninguém, na verdade, sabe a
resposta. Mesmo assim, algo muito estranho tem caracterizado os humanos. Desde
os começos, os seres humanos ou tentam se afirmar como deuses, ou tentam
fabricar objetos que dizem ser “deuses”.
A exigência dos hebreus, em pleno deserto, ainda ecoa nos
dias de hoje. Por mais absurda que seja a ideia, continuamos acreditando que os
poderes do Senhor podem ser conferidos às nossas próprias criações. A lista é
enorme: o deus dinheiro, o deus poder, o deus inteligência, o deus igreja. O
que quer que coloquemos no altar que, por direito, pertence ao Senhor, nada
mais é do que um ídolo de mau gosto, frágil, feio, ao qual decidimos adorar! O
princípio bíblico é simples e direto: “Não terás outros deuses diante de Mim”
(Êxodo 20:3). O preço de adorar ídolos é muito alto – no fim, tornamo-nos como
eles: espiritualmente inúteis (Salmo 115:8).
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