É apenas um movimento
sem conteúdo, vazio, que faz muito barulho (som nas alturas para arrebentar os
tímpanos e criar uma geração de surdos-gospel).
Quanto mais barulho, melhor! Há um mundo
gospel – o das concessões, das arapucas,
das apelações, da ética relativa, da teologia da prosperidade, das campanhas,
dos "milagres", da dispersão e da falta de reverência, das novenas
"evangélicas", do envolvimento político-partidário
com um viés de fisiologismo aliado aos conchavos e
benefícios pessoais e comunitários. Os pregadores gospel são light. Leves de ouvir. Eles não falam
muito de pecado, imoralidade, corrupção, mas apenas assuntos que deixam os
ouvintes descansados, tranqüilos. E o que falar dos deputados chamados
evangélicos (que de evangélicos têm quase nada) que conseguem concessões de
rádio e TV com objetivo de "pregar" o evangelho, mas, na verdade, é
um palanque político e de projeção pessoal. Presenteiam igrejas e pastores com
mimos. E geralmente só aparecem nas eleições.
O
que dizer dos cantores que ganham muito dinheiro e vivem nababescamente,
explorando os incautos. Dos autores fazendo letras e músicas sem conteúdo bíblico-teológico, visando apenas
conquistar corações religiosos e, conseqüentemente, auferirem o mero lucro.
Além da fama, da popularidade que conseguem. Tem até os que dão autógrafos. O movimento gospel é o
movimento que tem a simpatia das grandes redes de TV e de todos que o
consideram altamente lucrativo. Este movimento trabalha para que o cristianismo
vire uma cultura, sem referenciais éticos, sem uma postura de santificação, sem
a qual ninguém verá o Senhor (Hb 12.14). Para essa gente, as Escrituras não têm
relevância. Eles a usam com
base numa hermenêutica tendenciosa.
O movimento gospel é o movimento
dos shows dentro e fora dos templos. Está ligado à fama, ao poder, ao foco
humano, antropocêntrico, àqueles que buscam o pódio e a ovação. É
impressionante como essas pessoas descaracterizam o evangelho de Cristo! Como vulgarizam
a mensagem da cruz! Estão entre nós, mas não são de nós. É triste dizer isso,
mas pelos frutos se conhece a árvore. É um movimento que deseja fortemente
amalgamar cristianismo com mundanismo. Fé com charlatanismo. Exploração do
pobre com a construção de templos suntuosos. Há um linguajar gospel.
Ele é repetitivo e cansativo. Dói nos ouvidos. Os líderes de movimento –
pastores, empresários e cantores – se vestem muito bem, com roupas de gripe, com
os seus aviões próprios e fretados, carrões e nas suas mansões. Usam o povo
como massa de manobra. Tem até seguranças para protegê-los do povo. Não serem importunados. Afinal de contas,eles precisam
manter uma certa distância. São arrogantes,
ditadores e alienados em relação ao sofrimento humano. Ficam nos pedestais e
não sentem o cheiro das ovelhas de Cristo!
Acumulam bens e estão mais preocupados em obter coisas materiais. Trabalham criativamente para impressionar as pessoas. São especialistas em angariar fãs. Eles são muito espertos e jeitosos para engabelarem o povão. Como diz Judas, em sua carta, são "homens ímpios, que mudam a graça de nosso Deus em libertinagem e negam o nosso único Soberano e Senhor, Jesus Cristo... Ai deles! Pois seguiram pelo caminho de Caim, e por causa de lucro se lançaram ao erro de Balaão e foram destruídos na rebelião de Coré (Judas 4 e 11).
Este movimento gospel
precisa ser substituído pela vida de Cristo nos corações. A centralidade do
homem precisa ser substituída pela essencialidade de Cristo. Este movimento que
está aí não mudará o país, mas sim o verdadeiro evangelho, o da cruz, o do compromisso
com Cristo às raias da morte. O evangelho de Cristo é o evangelho da impopularidade. Há lutas, sofrimento,
perdas, mas muito mais ganho porque se tem a Cristo Jesus como Senhor da vida. É o Cristo do genuíno evangelho que devemos seguir e servir para a Glória de
Deus Pai!
Pr. Oswaldo Luiz Gomes Jacob
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