Herdamos de Adão, da sua natureza pecaminosa,
um pensamento fútil, vazio, que não tem importância ou mérito. A pessoa fútil é superficial, tem um aspecto
enganador, não inspira confiança e não tem constância em suas práticas. É frívola
e leviana em suas atitudes e gestos. Ela está voltada para coisas – carro, casa,
moda, objetos de decoração, adereços ou enfeites, relógios, celulares,
smart-phones, tablets, perfumes, etc. Está mais voltada para a aparência do que
para o coração. Mais com a estética do que com a ética, como a “prefeita
ostentação”, Lidiane Leite, de Bom Jardim, Maranhão, que torrou o dinheiro da
educação para utilizá-lo em viagens e outras despesas pessoais. Geralmente a
pessoa fútil gasta dinheiro naquilo que não é pão, naquilo que não pode
satisfazer o coração. Interage mais com máquinas do que com pessoas. Não tem
sensibilidade.
A pessoa fútil está interessada
em novelas, em revistas de fofoca e de “celebridades”. Usa as redes sociais
para postar fotos inúteis, contar vantagens e fazer comentários sem propósito. Gosta
muito de aparecer. Vive a cata de novidades à semelhança dos filósofos de
Atenas, na Grécia antiga (At 17.21). Na sua futilidade, o ser humano aprecia
comentar a vida alheia e de forma negativa. Não tem maturidade para ouvir e nem
para aconselhar as pessoas. É insuportável o papo da pessoa mergulhada na
futilidade. Uma conversa sem graça, cheia de legalismo. A pessoa na futilidade
torna-se o centro de si mesma. Não tem cruz.
Mas em Cristo Jesus, o segundo
Adão, que morreu na cruz por nós, deixamos a vida fútil para recebermos do
Senhor a vida útil. Mas o que é ser útil? É servir, trazer benefício, facilitar
e trabalhar para ajudar o próximo. A pessoa útil é proativa porque tem
conteúdo, vida madura, vida de Cristo. Ela estende as mãos para ajudar com
prazer, com alegria, com celebração. Ser útil é estar à disposição para servir
em amor. Jesus sempre foi útil, pois “andava por toda a parte fazendo o bem”
(At 10.38). Ele é o nosso modelo de utilidade, de diaconia efetiva e entrega
incondicional.
A pessoa útil está voltada para
pessoas e não para coisas. O seu interesse é abençoar o próximo, é ajudá-lo na
sua peregrinação cristã. Ela tem a capacidade de encorajar os que estão
cansados. Sabemos que os religiosos judeus da parábola do Samaritano eram
fúteis, mas o Samaritano era útil (Lc 10.25-37). A pessoa fútil pensa em si
mesma e não no próximo. Ela quer salvar a sua pele. Mas a pessoa útil arrisca a
sua vida para salvar a do próximo. Como o Samaritano, ela cuida do outro com
amor. Dorcas era útil porque servia às viúvas, presenteando-as com roupas (At
9.39). É muito bom ser útil! É do cristão genuíno servir ao próximo com o amor e
a solidariedade de Cristo Jesus. O cristão autêntico, nascido de novo, tem
prazer em imitar o Mestre.
Quem é fútil não muda
positivamente o seu ambiente. Ela está focada no seu próprio umbigo,
alimentando o seu narcisismo. Mas a pessoa útil é uma agente transformadora da
sociedade. É carregada de sonhos. O seu prazer é contribuir para melhorar a
vida das pessoas mais necessitadas. Exerce a utilidade na distribuição de dons,
talentos e renda. A pessoa útil não multiplica para si, mas divide com os
outros. Que cada um de nós seja útil para que haja mudança da cosmovisão que
está posta neste mundo. Vamos mudá-la com a cosmovisão de Cristo Jesus, Senhor
nosso.
Pr. Oswaldo Luiz Gomes Jacob
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