Como é precioso sermos desconstruídos em nossa arrogância,
autossuficiência e autopromoção. À semelhança de Moisés, é no deserto que somos
desconstruídos em nossas mazelas, em nossa violência e estupidez. Moisés estudou
na escola egípcia aprendendo as disciplinas do antropocentrismo ou centralidade
do homem, do amor às riquezas, à honra, à fama, ao estilismo, ao elitismo, à
cultura e toda a sorte de desvios do caminho de Deus. No palácio, Moisés tinha
toda a influência da aristocracia egípcia. Ele seguiu um caminho doloroso entre
o palácio e o deserto. O caminho do discípulo de Cristo é espinhoso e doloroso.
Todavia, glorioso.
Deus, em Cristo Jesus, nos confronta e nos humilha. Chegamos
a Cristo quebrantados, arrependidos e profundamente conscientes de nossas
fraquezas, de nossas profundas chagas e limitações humanas. Pelas Escrituras
nós somos colocados em nosso devido lugar. Somos jogados ao chão, ao húmus.
Gostávamos do lugar alto, do pódio, dos confetes e dos elogios. Paulo nos
ensina que devemos ter o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus (Fil
2.5-8). Jesus nos ordena a aprendermos dele, que é manso e humilde de coração
(Mt 11.29). A escola do Mestre possui disciplinas nobres e desafiadoras.
Devemos ser descontruídos da natureza de Adão e construídos na
natureza de Cristo. O evangelho é o poder ou a dinamite de Deus para a salvação
de todo aquele que crê (Rm 1.16). A função do evangelho de Cristo é demolir o
velho homem e construir o novo para viver a vida de Cristo neste mundo. A nossa nova vida em Cristo pressupõe a
superação do domínio da velha vida (2 Co 5.17). Somos descontruídos do velho
caráter adâmico e construídos no caráter do Cordeiro, por Seu sacrifício
eterno, realizado na cruz.
A nossa desconstrução aponta para a nossa edificação no
caráter de Cristo. A natureza dominada pelo pecado e pela morte, é substituída
pela natureza da santidade e da vida. A obra da cruz é a da nossa crucificação,
morte e ressurreição com Cristo (Rm 6.1-11; Gl 2.20). Somos identificados com
Ele na Sua vida e na Sua morte. Temos um exemplo clássico no Novo Testamento:
Saulo (descontruído) e Paulo (construído). Paulo e Moisés criam no mesmo Senhor
e viviam debaixo da Sua autoridade absoluta.
Em Cristo, construídos nEle, auferimos amor, alegria, paz,
longanimidade, benignidade, fé, mansidão e domínio próprio (Gl 5.22,23). Esta
nova vida em Cristo é a da diaconia, da expressão do evangelho, da integridade,
novidade de vida e solidariedade. Em Cristo, somos a comunidade da graça, do
perdão e da festa. Somos a comunidade do Rei. Exalamos o perfume de Cristo
diante dos que se salvam e dos que se perdem (2 Co 2.14-16). Ele se torna o
nosso prazer. A nossa glória é Cristo (Cl 1.27). Vivamos, pois, como pessoas
construídas por Cristo. Vivamos como transformados pelo Salvador para
transformarmos o mundo. Construídos, Ele quer que sejamos sal da terra e luz do
mundo (Mt 5.13-16).
Pr. Oswaldo Luiz Gomes
Jacob
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