O Senhor dos Exércitos, como ficou conhecido entre os judeus
no Antigo Testamento, por amor ao mundo veio a nós. E entre nós revelou-se como
jamais havia feito antes. Diz o escritor de Hebreus: “Há muito tempo Deus falou
muitas vezes e de várias maneiras aos nossos antepassados por meio dos
profetas, mas nestes últimos dias falou-nos por meio do Filho, a quem
constituiu herdeiro de todas as coisas e por meio de quem fez o universo. O
Filho é o resplendor da glória de Deus e a expressão exata do seu ser, sustentando
todas as coisas por sua palavra poderosa.” (Hb 1.1-3) E entre nós declarou:
“Tomem sobre vocês o meu jugo e aprendam de mim, pois sou manso e humilde de
coração, e vocês encontrarão descanso para as suas almas.” (Mt 11.29) O Senhor
dos Exércitos veio a nós para nos ensinar a sermos pacíficos e pacificadores.
Amar a Deus sobre tudo e ao próximo como a nós mesmos não
pode ser uma realidade em nós se não somos pacificadores. Se não valorizamos o
nosso semelhante mais do que nossos objetivos materiais, mais do que uma boa
vitória. Se não rejeitamos a violência, seja de que tipo for, visto que nenhum
ser humano foi criado para ser subjugado. Podemos encontrar situações que em
que o uso da força se faça necessário, mas a violência seria uma qualificação para
um uso inadequado da força, envolvendo ódio, maldade, desrespeito, vingança ou
injustiça. Se não preferirmos a conciliação, a união e o acordo em lugar da
disputa, da cisão e da discórdia, como poderia estar atuando em nós o princípio
do amor? Os que amam são pacificadores e são esses os verdadeiros filhos de
Deus. Religiosos são apenas religiosos.
Como brasileiros usamos a mesma bandeira e cantamos o mesmo
hino. Falamos a mesma língua e somos herdeiros da mesma história. Mas não somos
unidos. Precisamos de pacificadores. Há violência no transito, nas escolas, nas
relações comerciais. Nossos tribunais estão abarrotados de demandas. Mesmo no
esporte mais amado pelos brasileiros há muitas histórias tristes de ódio e
intolerância. A vida humana valendo menos que a camisa de um time de futebol.
Nossos poderes constituídos não são respeitados e muitos deles investidos não
se dão ao respeito. Em lugar de servir, abusam. Em lugar de proteger, ameaçam e
ferem. Nosso país precisa conhecer o poder do amor pela ação dos filhos de
Deus. De pessoas decididas a pacificar, sendo humildes, recuando, perdoando,
recusando-se a retribuir o mal com o mal, mas vencendo-o com o bem. Se você é
um cristão, ser um pacificador é também sua missão.
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