João
6.66-69
66 Daquela
hora em diante, muitos dos seus discípulos voltaram
atrás e deixaram de segui-lo. 67 Jesus
perguntou aos Doze: “Vocês também
não querem ir?” 68 Simão
Pedro lhe respondeu: “Senhor, para quem iremos? Tu tens as
palavras de vida eterna. 69 Nós
cremos e sabemos que és o Santo de Deus”.
Soube
de um monastério em Portugal que foi construído
num penhasco a quase 100 metros do solo. Um teleférico
é o único meio de transporte até o
local. E que teleférico! O troço nada mais
é do que uma cesta de balanço pendurada numa
polia e puxada com uma corda por homens fortes que trabalham o dia
inteiro, subindo e descendo passageiros pelo penhasco.
Um
turista que acabara de se acomodar na cesta notou que a corda estava
velha e muito puída. Quando os monges começaram a
içar o passageiro, ele gritou, perguntando: “Com
que frequência vocês substituem essa
corda?” Veio a resposta aterrorizante:
“Só quando ela se arrebenta.” Que prova
de fé!
A
maioria das pessoas não confiaria a vida a uma corda
puída daquelas. No entanto, entregam seus destinos
às suas próprias mãos, às
mãos de líderes e gurus espirituais ou a ensinos,
filosofias e doutrinas tão duvidosas quanto a corda
puída daquele mosteiro.
Por
mais que se negue, no final das contas todo mundo confia em
alguém ou nalguma coisa. A questão é:
quem tem maior credibilidade? Qual corda é mais segura? Qual
é a mais provável para sustentar e transportar
você daqui até a vida além? A quem
você irá?
Sociedade
pluralista
Nossa
geração se orgulha da pluralidade de
opiniões, da noção de que todo ponto
de vista é tão válido como qualquer
outro. Defende-se não haver padrão algum, pelo
qual valores, moralidade e crenças possam ser julgados.
É tudo uma questão de preferência
pessoal. Não passa disso.
Mesmo
dentro do mundo evangélico (Aliás, gente!, o que
é evangélico?) existem tantas verdades quanto
denominações; nas
denominações, tantas doutrinas quanto existem
igrejas; nas igrejas, as crenças se multiplicam pelo
número de seus membros. O que é a verdade?
Religiões
orientais estão se tornando cada vez mais populares aqui no
ocidente, abrindo ainda mais o leque de alternativas que competem pela
fidelidade das pessoas. Da mesma forma que as TV’s por
assinatura oferecem centenas de canais, as pessoas hoje em dia querem
ter opções para montar o seu próprio
pacote religioso e escolher as suas crenças morais. A ampla
variedade de opções é o
único valor com que todos concordam.
O
subjetivismo é o que sustenta em movimento uma sociedade
pluralista como a nossa. Ou seja: escolhas e decisões
são motivadas pelo que apetece mais, por aquilo que for mais
conveniente para o momento, pelo que o coração
mandar… Não é à toa que a
teologia de muitas igrejas foi montada com uma pitada de
religião oriental daqui, um punhado de crenças
pagãs dali, uma dose de testemunho de ex-bruxo,
ex-macumbeiro ou ex-pai de santo de acolá,
porções de lições do mundo
corporativo de lá, conselhos de psicologia pop de
cá, ah, e um pouquinho de versículo
bíblico também, claro… Tudo junto,
misturado e batido até se transformar no “shake
abençoador”.
Jacques
Maritain (1882-1973) foi um filósofo francês de
orientação católica. As obras dele
influenciaram o conceito de “democracia
cristã”. Uma de suas frases célebres
diz assim:
“Há
tantos caminhos para se aproximar de Deus quanto há errantes
na terra ou caminhos para o coração
dEle.”
Isto
é: escolha o caminho que é certo para
você.
Nada
novo debaixo do sol
Esse
tipo de ecletismo não é novo, como não
há nada novo debaixo do sol. Homens e mulheres sempre
escolheram caminhos adequados aos seus gostos e
inclinações, inclusive no primeiro
século da era cristã. Naquele tempo,
já havia para os primeiros cristãos uma
multiplicidade de escolhas sem precedentes na história.
Afinal (guardadas as proporções, é
claro), o Império Romano tinha aberto caminhos para o mundo,
introduzindo os primeiros cristãos ao pensamento de um mundo
globalizado.
Os
gregos, por exemplo, ofereciam sua filosofia de experiências
exotéricas; os romanos tinham deuses que prometiam poder
político; os judeus possuíam várias
correntes e todas reivindicavam para si a versão correta da
fé de Abraão. Aí surge Jesus,
oferecendo a opção inevitável:
pegá-lo ou largá-lo.
Prova
de fé
Nesse
contexto surge o nosso texto. Um texto para o nosso tempo.
Para
serem usados poderosamente pelo Senhor, Pedro e os
discípulos de Jesus precisariam passar por uma prova de
fé: declarar lealdade e compromisso absolutos ao
único que tem “as palavras de vida
eterna” (Jo 6.68). A pressão do grupo e o
ódio das multidões seriam usados como os golpes
de marreta para provar a fé de Pedro, para esculpir nele o
caráter de Jesus Cristo.
Se
Cristo é quem ele diz ser, lealdades concorrentes precisam
ser arrancadas do coração de Pedro. A
fé que ele professava ter em Cristo era mesmo
genuína? Michael Card, um de meus compositores e cantores
evangélicos favorito, comentando sobre essa passagem na vida
de Pedro, disse assim:
A
verdadeira prova de discipulado não consiste em seguir Jesus
quando a multidão está junto, mas em
seguí-lo quando mais ninguém vê
qualquer sentido em seguí-lo.
A
prova de fé é indispensável no
processo de santificação do discípulo
de Cristo. Pedro passaria pela prova? Confrontado pelos ensinos de
Jesus, ele abandonaria a fé para seguir sua
própria opinião, outra doutrina ou uma verdade
alternativa? Muitos abandonaram a fé. E Pedro, ele
abandonaria?
Nossos
dias são muito parecidos com os dias de Pedro. Muita gente
tem abandonado a fé genuína. Não
deveria nos surpreender, pois Paulo disse que seria assim. Haveria
apostasia (2Ts 2.3) e gente que se diz crente viveria de forma
chocantemente mundana. Observe.
2Tm
3.1-5 | 1 Saiba
disto: nos últimos dias sobrevirão tempos
terríveis. 2 Os
homens serão egoístas, avarentos,
presunçosos, arrogantes, blasfemos, desobedientes aos pais,
ingratos, ímpios, 3 sem
amor pela família, irreconciliáveis,
caluniadores, sem domínio próprio,
cruéis, inimigos do bem, 4 traidores,
precipitados, soberbos, mais amantes dos prazeres do que amigos de Deus, 5 tendo
aparência de piedade, mas negando o seu poder. Afaste-se
desses também.
O
episódio da vida de Pedro que temos diante de nós
hoje a noite tem muito a ensinar sobre a prova de fé
necessária para todos quantos se dizem cristãos.
Há três lições que podemos
aprender. A prova de fé [1] testa a nossa
empolgação; [2] esquadrinha a nossa
motivação; e [3] comprova a nossa
convicção.
1.
A prova de fé testa a nossa empolgação
A
prova de fé testa a nossa empolgação.
Ela serve para revelar que nem todo mundo consegue suportar a verdade
radical e exclusivista de Jesus Cristo.
Jesus,
então, prova a empolgação deles. Como?
Confronta-os com a verdade. A verdade, além de alimentar,
prova a nossa fé.
Primeira
verdade: ame a Cristo pelo que ele é e não pelo
que ele faz
Jo
6.25-35 | 25 Quando
o encontraram do outro lado do mar, perguntaram-lhe: “Mestre,
quando chegaste aqui?”26 Jesus
respondeu: “A verdade é que vocês
estão me procurando, não porque viram os sinais
miraculosos, mas porque comeram os pães e ficaram
satisfeitos. 27 Não
trabalhem pela comida que se estraga, mas pela comida que permanece
para a vida eterna, a qual o Filho do homem lhes dará. Deus,
o Pai, nele colocou o seu selo de
aprovação”. 28 Então
lhe perguntaram: “O que precisamos fazer para realizar as
obras que Deus requer?” 29 Jesus
respondeu: “A obra de Deus é esta: crer naquele
que ele enviou”. 30 Então
lhe perguntaram: “Que sinal miraculoso mostrarás
para que o vejamos e creiamos em ti? Que farás? 31 Os
nossos antepassados comeram o maná no deserto; como
está escrito: ‘Ele lhes deu a comer pão
dos céus’”. 32 Declarou-lhes
Jesus: “Digo-lhes a verdade: Não foi
Moisés quem lhes deu pão do céu, mas
é meu Pai quem lhes dá o verdadeiro
pão do céu. 33 Pois
o pão de Deus é aquele que desceu do
céu e dá vida ao mundo”. 34 Disseram
eles: “Senhor, dá-nos sempre desse
pão!” 35 Então
Jesus declarou: “Eu sou o pão da vida. Aquele que
vem a mim nunca terá fome; aquele que crê em mim
nunca terá sede.
Ame
a Cristo pelo que ele é e não pelo que ele faz.
Segunda
verdade: a salvação é de iniciativa
divina
Jo
6.36-47 | 36 Mas,
como eu lhes disse, vocês me viram, mas ainda não
creem. 37 Todo
aquele que o Pai me der virá a mim, e quem vier a mim eu
jamais rejeitarei. 38 Pois
desci dos céus, não para fazer a minha vontade,
mas para fazer a vontade daquele que me enviou. 39 E
esta é a vontade daquele que me enviou: que eu
não perca nenhum dos que ele me deu, mas os ressuscite no
último dia. 40 Porque
a vontade de meu Pai é que todo aquele que olhar para o
Filho e nele crer tenha a vida eterna, e eu o ressuscitarei no
último dia”. 41 Com
isso os judeus começaram a criticar Jesus, porque dissera:
“Eu sou o pão que desceu do
céu”. 42 E
diziam: “Este não é Jesus, o filho de
José? Não conhecemos seu pai e sua
mãe? Como ele pode dizer: ‘Desci do
céu’?” 43Respondeu
Jesus: “Parem de me criticar. 44 Ninguém
pode vir a mim, se o Pai, que me enviou, não o atrair; e eu
o ressuscitarei no último dia. 45 Está
escrito nos Profetas: ‘Todos serão ensinados por
Deus’. Todos os que ouvem o Pai e dele aprendem vêm
a mim. 46 Ninguém
viu o Pai, a não ser aquele que vem de Deus; somente ele viu
o Pai. 47 Asseguro-lhes
que aquele que crê tem a vida eterna.
Ame
a Cristo pelo que ele é e não pelo que ele faz.
A
Salvação é de iniciativa divina.
Terceira
verdade: viva pela fé na graça de Deus revelada
em Jesus Cristo
Jo
6.48-59 | 48 Eu
sou o pão da vida. 49 Os
seus antepassados comeram o maná no deserto, mas morreram. 50Todavia,
aqui está o pão que desce do céu, para
que não morra quem dele comer. 51 Eu
sou o pão vivo que desceu do céu. Se
alguém comer deste pão [crer em mim],
viverá para sempre. Este pão é a minha
carne, que eu darei pela vida do mundo”. 52 Então
os judeus começaram a discutir exaltadamente entre si:
“Como pode este homem nos oferecer a sua carne para
comermos?” 53 Jesus
lhes disse: “Eu lhes digo a verdade: Se vocês
não comerem a carne do Filho do homem [não crerem
nele] e não beberem o seu sangue [não receberem o
sacrifício dele], não terão vida em si
mesmos. 54 Todo
aquele que come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e
eu o ressuscitarei no último dia. 55 Pois
a minha carne é verdadeira comida e o meu sangue
é verdadeira bebida. 56 Todo
aquele que come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu
nele. 57 Da
mesma forma como o Pai que vive me enviou e eu vivo por causa do Pai,
assim aquele que se alimenta de mim viverá por minha causa. 58 Este
é o pão que desceu dos céus. Os
antepassados de vocês comeram o maná e morreram,
mas aquele que se alimenta deste pão viverá para
sempre”. 59 Ele
disse isso quando ensinava na sinagoga de Cafarnaum.
1)
Ame a Cristo pelo que ele é e não pelo que ele
faz.
2)
A Salvação é de iniciativa divina.
3)
Viva pela fé na graça de Deus revelada em Jesus
Cristo.
Nada
de espetáculo, nada de rituais, nada de leis, nada de
programas especiais, nada de nada do que hoje se produz e se oferece
nas igrejas como central e essencial. Apenas Cristo – o
Cristo que precisa ser amado, o Cristo que a nós pelo Pai
é revelado, o Cristo que é o conteúdo
da nossa fé.
O
problema é que, quando você oferece só
Cristo, a multidão não quer.
Jo
6.60-66 | 60 Ao
ouvirem isso, muitos dos seus discípulos disseram:
“Dura é essa palavra. Quem pode
suportá-la?” 61 Sabendo
em seu íntimo que os seus discípulos estavam se
queixando do que ouviram, Jesus lhes disse: “Isso os
escandaliza? 62 Que
acontecerá se vocês virem o Filho do homem subir
para onde estava antes? 63 O
Espírito dá vida; a carne não produz
nada que se aproveite. As palavras que eu lhes disse são
espírito e vida. 64 Contudo,
há alguns de vocês que não
creem”. Pois Jesus sabia desde o princípio quais
deles não criam e quem o iria trair. 65 E
prosseguiu: “É por isso que eu lhes disse que
ninguém pode vir a mim, a não ser que isto lhe
seja dado pelo Pai”. 66 Daquela
hora em diante, muitos dos seus discípulos voltaram
atrás e deixaram de segui-lo.
A
prova de fé testa a nossa empolgação.
A verdade refina o nosso coração.
Quando
expostos a verdade, de duas uma: ou recebemos e nos regozijamos, ou
rejeitamos e resmungamos. Nem todo mundo consegue suportar a verdade
radical e exclusivista de Jesus Cristo, apenas aqueles a quem o Pai
revelar.
2.
A prova de fé esquadrinha a nossa
motivação
A
prova de fé testa a nossa empolgação e
esquadrinha a nossa motivação.
Lemos
em João 6 que a mesma multidão que queria coroar
Jesus Cristo, tornando-o rei sobre eles após o milagre da
multiplicação dos pães e dos peixes
(Jo 6.15), abandona-o após ouvir a sua mensagem (Jo
6.26-65). Jesus tinha consciência disso desde o
começo e sabia de suas motivações.
Jo
6.25-27 | 25 Quando
o encontraram do outro lado do mar, perguntaram-lhe: “Mestre,
quando chegaste aqui?”26 Jesus
respondeu: “A verdade é que vocês
estão me procurando, não porque viram os sinais
miraculosos, mas porque comeram os pães e ficaram
satisfeitos. 27 Não
trabalhem pela comida que se estraga, mas pela comida que permanece
para a vida eterna, a qual o Filho do homem lhes dará. Deus,
o Pai, nele colocou o seu selo de
aprovação”.
Eles
estavam todos empolgados, não por quem Jesus é,
mas pelo que de Jesus eles puderam obter. Enquanto estivessem
satisfeitos, Jesus servia para eles. Enquanto estivessem alimentados,
sadios, bem casados, comprando e vendendo bem, encaminhados na
vida… Enquanto estivessem satisfeitos, Jesus servia para
eles.
Jesus
sabia que a relação deles com ele não
era de adoração, mas de utilidade. Jesus conhecia
as motivações deles e do que eles seriam capazes
de fazer quando fossem contrariados pela verdade… Jesus
conhecia a motivação deles porque conhecia a
fundo os seus corações.
Jo
6.64, 70-71 | 64 “Contudo,
há alguns de vocês que não
creem”. Pois Jesus sabia desde o princípio quais
deles não criam e quem o iria trair. […] 70 Então
Jesus respondeu: “Não fui eu que os escolhi, os
Doze? Todavia, um de vocês é um diabo!” 71 (Ele
se referia a Judas, filho de Simão Iscariotes, que, embora
fosse um dos Doze, mais tarde haveria de traí.
Muita
gente segue Jesus, faz parte de igrejas locais ao redor do mundo, mas
não ama Jesus pelo que ele é… muita
gente segue Jesus por motivações
diabólicas: fazer prevalecer a vontade delas, obter
benefício próprio e não reverberar a
glória de Deus. A prova de fé esquadrinha a nossa
motivação. Quem é dos nossos se
ajunta, quem não é se espalha…
1Jo
4.18-19 | 18 Filhinhos,
esta é a última hora e, assim como
vocês ouviram que o anticristo está vindo,
já agora muitos anticristos têm surgido. Por isso
sabemos que esta é a última hora. 19 Eles
saíram do nosso meio, mas na realidade não eram
dos nossos, pois, se fossem dos nossos, teriam permanecido conosco; o
fato de terem saído mostra que nenhum deles era dos nossos.
A
prova de fé esquadrinha a nossa
motivação.
3.
A prova de fé comprova a nossa
convicção
Quando
Jesus vê todos o abandonando, pois não passaram
pela prova da fé, não suportaram a verdade e
viram seus corações serem humilhantemente
expostos, ele arrocha os seus apóstolos. O
propósito do Senhor é comprovar a
convicção deles. Pedro é quem responde
pelo grupo.
Jo
6.66-69 | 66 Daquela
hora em diante, muitos dos seus discípulos voltaram
atrás e deixaram de segui-lo. 67Jesus
perguntou aos Doze: “Vocês também
não querem ir?” 68 Simão
Pedro lhe respondeu: “Senhor, para quem iremos? Tu tens as
palavras de vida eterna. 69 Nós
cremos e sabemos que és o Santo de Deus”.
Pedro
tinha três convicções
inabaláveis:
Só
há vida em Cristo | “Tu
tens as palavras de vida eterna.”
Não
há aonde correr | “Senhor,
para quem iremos?”
Nada
é tão bom | “Nós
cremos e sabemos que és o Santo de Deus.”
Pedro
tinha provado e visto que Jesus Cristo é o caminho, a
verdade e a vida. Sua convicção era
inabalável e se comprovava pelo teste da verdade.
O
teste é simples, mas nem por isso fácil.
Você
permanece quando todos abandonam?
Você
persevera quando todos te perseguem?
Você
permanece quando falta pão e peixe?
Você
persevera quando tudo fica para trás, restando apenas o
Cristo?
Prova
de fé
Essa
é a prova de fé. Pedro passou pela prova.
Jo
6.66-69 | 66 Daquela
hora em diante, muitos dos seus discípulos voltaram
atrás e deixaram de segui-lo. 67Jesus
perguntou aos Doze: “Vocês também
não querem ir?” 68 Simão
Pedro lhe respondeu: “Senhor, para quem iremos? Tu tens as
palavras de vida eterna. 69 Nós
cremos e sabemos que és o Santo de Deus”.
Quem
passa pela prova de fé consegue fazer coro com Martinho
Lutero no hino Castelo
Forte (323
CC):
Se
temos de perder,
Os
filhos, bens, mulher,
Embora
a vida vá,
Por
nós Jesus está,
E
dar-nos-á seu Reino.
Quem
passa pela prova de fé também canta o hino Sou
Feliz (398
CC):
Se
paz a mais doce me deres gozar,
se
dor a mais forte sofrer;
Ó
seja o que for Tu me fazes saber,
Que
feliz com Jesus sempre sou!
Embora
me assalte o cruel satanás,
e
ataque com vis tentações;
Ó
certo eu estou apesar de de aflições,
Que
feliz eu serei com Jesus!
Esse
hino foi escrito por Horatio G. Spafford um advogado de Chicago. Ele
nasceu no dia 20 de outubro de 1828 em Nova Iorque, EUA. Horatio, ainda
jovem, mudou-se para Chicago onde começou a trabalhar como
advogado. Em 1861, casou-se com uma jovem chamada Anna Tuben Larssen.
Em
1870, Horatio e Anna Spafford já tinham um filho (Horatio) e
3 filhas (Annie, Maggie e Bessie), mais tarde teria uma outra filha
chamada Tanetta.
Neste
mesmo ano, 1870, seu filho de apenas 4 anos, morreu em
consequência de uma febre muito forte e a família
Spafford sofreu seu primeiro impacto.
No
dia 9 de outubro de 1871 acontece um dos maiores incêndios da
história dos EUA, que matou cerca de 250 pessoas e deixou
quase 90.000 pessoas desabrigadas. Horatio teve uma grande perda
financeira por causa do incêndio que destruiu cerca de um
terço da cidade; mesmo assim, ele e sua esposa trabalharam
intensamente durante 2 anos ajudando as vítimas a
reestruturarem suas vidas.
Horatio
era amigo do grande evangelista Dwight L. Moody, que também
morava em Chicago. Em 1873 Horatio e sua esposa decidiram ir
até a Europa, onde iriam encontrar com Moody em uma de suas
cruzadas evangelísticas. Planejavam também
visitar a Europa.
A
família toda viajou para Nova Iorque para então
pegar o navio. Mas um compromisso no último momento o
impediu de viajar. Então ele enviou sua esposa e suas 4
filhas na frente, no navio S.S. Ville Du Havre. Ele iria
encontrá-las assim que pudesse. Então, no final
de novembro de 1873 o navio partiu para a Europa com Anna, as 4 filhas
do casal e aproximadamente 310 passageiros. E Horatio voltou para
Chicago.
Acontece
uma tragédia. Na madrugada do dia 22 de novembro de 1873, no
Atlântico norte, o navio em que a família de
Horatio estava, se chocou com um outro navio inglês e afundou
em apenas 12 minutos. 226 pessoas morreram neste naufrágio,
incluindo as 4 filhas de Horatio. Somente 90 pessoas sobreviveram,
entre elas, Anna Spafford.
Logo
que chegou a um lugar seguro, após ter sido resgatada, de
Cardiff, no País de Gales, Anna enviou um bilhete, no dia 01
de dezembro de 1873, para seu marido com uma triste mensagem:
“Salva, porém só”.
Imediatamente
Horatio pegou um navio e foi ao encontro de sua esposa.
Em
um momento de sua viagem, Spafford foi avisado que estava passando
perto do local onde suas filhas haviam morrido no acidente, e se sentiu
profundamente comovido. Ele então voltou para sua cabine e
começou a escrever:“Se
paz a mais doce me deres gozar/ se dor a mais forte sofrer/ oh seja o
que for, tu me fazes saber/ que feliz com Jesus sempre sou.”
Horatio
passou pela prova de fé. E você?
Corra
para Jesus, somente ele tem as palavras de vida eterna.
Não
há aonde correr.
Creia
e sua alma viverá.
Solte-se
das cordas puídas dessa vida e se agarre a Jesus,
faça dele a âncora da sua alma.
Pr. Leandro Peixoto
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