“Mas o Anjo do Senhor o chamou do céu: ‘Abraão! Abraão!’
‘Eis-me aqui’, respondeu ele. ‘Não toque no rapaz’, disse o Anjo. ‘Não lhe faça
nada. Agora sei que você teme a Deus, porque não me negou seu filho, o seu
único filho.’” (Gênesis 22.11-12)
Quando Deus falou com Abraão para pedir o sacrifício
de Isaque, Ele o chamou uma vez: “Abraão” (Gn 22.1). Mas agora, para substituir
Isaque por um cordeiro que Ele próprio providenciou, chamou por Abraão não
apenas uma, mas duas vezes. Podemos dizer que Deus está mais interessado em
prover e livrar do que em pedir e nos ocupar. Mas não saberemos disso até que
sejamos obedientes e nos coloquemos na posição de servos e, a Ele, como
verdadeiramente o Senhor de nossas vidas. Mais uma vez Abraão respondeu como era
devido: “eis-me aqui”. Pela vontade de Deus ele subiu ao monte para sacrificar
Isaque e sabia que Deus tinha o direito de interferir, se desejasse. A ele cumpria dizer “eis-me aqui”.
Se estamos fazendo a vontade de Deus, então devemos estar
submissos e receber com atitude de servo as interferências de Deus. Se cremos
que Ele está no comando, então devemos ficar atentos pois Ele pode mudar, e na
maioria das vezes muda, a direção dos fatos. Quando estamos fazendo a nossa
vontade as interrupções e obstáculos nos irritam. Não aceitamos questionamentos
e muito menos mudanças. Gostamos de ter o controle, mas dizermos que Deus está
no controle. Ao ler as Escrituras é chocante ver como os heróis da fé não
sabiam, de fato, onde tudo chegaria e nem o que era o aspecto principal do que
estavam fazendo. Certo escritor disse que Paulo acreditava que sua mais
importante obra era as igrejas que fundou. Mas estava enganado.
A principal obra de Paulo foram as cartas que escreveu.
Nenhuma das igrejas que fundou existe e nada nos diriam hoje sobre a fé que
receberam. Mas as cartas estão entre nós até hoje e nelas lemos sobre o
Evangelho que os alcançou. Imagino a alegria de Abraão – um cordeiro
providenciado por Deus para substituir seu filho. Mas, há algo além disso: quem
ele se tornou por meio da obediência! Abraão tornou-se o homem que não negou a
Deus o próprio filho! O cristão que somos não é o cristão que sonhamos,
desejamos ou intencionamos ser. Mas o cristão que revelamos ser por meio de
atitudes e ações. Não o que “achamos certo”, mas o que “fazemos de certo”. Não
o “amor que sentimos”, mas os “atos de amor que praticamos”. No final, a
questão é: que somos diante de que Deus é? E a resposta estamos dando
diariamente, por meio de nossa submissão e obediência, ou pela falta delas!
Nenhum comentário:
Write comentários