O pregador de uma igreja, alguns anos atrás, tinha um
alcance limitado. Hoje o alcance está diversificado. Hoje temos diversas formas
de comunicação. Jornais, revistas, já não são mais necessários. A internet, que
possibilita o culto ser transmitido a quem estiver interessado, aumentou o
alcance tanto dos ouvintes como dos pregadores.
O alcance pode ser numérico, como pode ser em qualidade. Um
pregador de TV tem seu público igualado. Se ele for divulgador da Teologia da
Prosperidade, terá que adequar sua mensagem àqueles que estão interessados num
deus distribuidor de bens, riquezas, e facilidades. Tais pregadores não são
obrigados a alcançar os que conhecem as
Escrituras. Escolhem um texto que se enquadra numa analogia, e pronto.
Um pregador que fala a um público que está interessado em
“revelação”, nem precisa abrir a bíblia, se a abre, é só para pretexto. Os
ouvintes saem empolgados com suas “revelações”. Entre o que ele falou, e o que
estava no texto que ele leu, não faz sentido nenhum. Esse é o público que gosta
de ser manipulado. A maioria hoje gosta de ser manipulado, mesmo nas igrejas
chamadas tradicionais. Esse tipo de pregador provoca muita emoção, mas ninguém
vai conferir suas “revelações”, aguardam ansiosamente as emoções das
“revelações” das próximas mensagens.
Pregadores há que fazem uso de instrumentos da arte. Minha
esposa exclamou admirada de como o povo de Israel começou a adorar um manto,
como se ele fosse um deus.
Perguntei: Depois de milhares de anos de tal
prática, de poderes mágicos em objetos e roupas, você se admira do que vemos na
TV?
Vamos à análise da fé evangélica de hoje. Não estamos, pelas
estatísticas, entre 40 a 60 milhões de evangélicos? Se o Evangelho transforma
vidas, tornando-as, espirituais, éticas, por que o Brasil não mudou? Pelo
contrário, parece que piorou, ao invés
de melhorar. E quantos políticos denominados evangélicos estão envolvidos?
Nos anos 70, em virtude das mudanças de costumes,
denominadas de nova moralidade, pós-modernidade, mundo líquido, com
relacionamentos e valores perdendo a consistência, instituições como casamento,
família, as igrejas começaram a investir no resgate de tais instituições ou
valores. Não bastaria apenas o alcance da pregação?
Finalizando, passemos a tratar do que queremos chamar de
alcance. Pensemos no que Cristo pretendeu no seu ministério terreno, antes de
ser crucificado. Ele pretendeu transmitir ensinos que causasse mudança nas pessoas. Os milagres
realizados de formas diferentes. Qual a razão? Cristo pretendia transmitir um
ensino, não apenas cura. Ele falou a
pecadores, a pobres, ricos, religiosos,
autoridades civis, homens, mulheres,
jovens, velhos. Qual foi o
resultado? Sua mensagem alcançou a todos.
A mudança causada na vida de 12 homens (lembremos; Paulo substituiu a
Judas), foi suficiente para chegar até nossos dias. O alcance significa que não
é o número o importante, mas o resultado. O pregador precisa apresentar
mensagem que todos entendam, e cause mudança, transformação, em todos. E é isso
que está faltando, apesar de recursos de comunicação, que nenhuma geração
passada, teve a possibilidade de ter ao seu dispor. Vidas transformadas
transformam, e isso é que perdemos de vista hoje, em nossas pregações.
Alcance é mensagem que transforma. Se não houve
transformação não houve alcance.
Pr. Manoel de Jesus
The
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