O mundo tornou-se exageradamente ruidoso. As vozes que
competem pela nossa atenção vêm de todas as vias, em volume máximo. A sensação
é a de alguém perdido no centro de uma metrópole, bem no cruzamento de grandes
avenidas, ensurdecido pelos sons dos motores e das buzinas dos automóveis, sem
saber para onde seguir. É insuportavelmente amedrontador.
A chuva de informações que chega de todos os lados, pelas
mais diferentes mídias, em vez de nortear, tem desnorteado ainda mais a cabeça
das pessoas. Ao ser humano desta geração, requer-se enorme discernimento;
afinal, este mundo carregado de propaganda tem feito o povo padecer por falta
do conhecimento de Deus (Os 4.6). Precisa-se, desesperadamente, da verdade.
Jesus disse que a verdade é a Palavra de Deus (Jo 17.17).
Foi isso que Daniel ouviu do Senhor quando ele registrou que, nos tempos do
fim, enquanto todos correriam para todos os lados em busca de conhecimento, o
povo de Deus saberia que no Livro selado pelo Senhor (a Bíblia) eles
encontrariam a verdade de que carecemos em todo e qualquer momento (Dn 12.4).
Cristo, o que está revelado nas Escrituras Sagradas, foi, é e sempre será a
verdade (Jo 14.6). É por ele que distinguiremos todas as vozes que nos
confundem e nele é que encontraremos o rumo a seguir até o céu.
Quando lemos, por exemplo, o Salmo 2, nós ouvimos quatro
vozes que em Cristo precisam ser discernidas. Do verso um ao verso três, nós
encontramos a voz do desrespeito das nações. As pessoas questionam e enfrentam,
destemidamente, a soberania do Rei dos reis sobre as suas vidas. Não há temor,
e o que impera é o desrespeito. O propósito da vida não é encontrar a sua
liberdade. O propósito da vida é encontrar o seu Senhor. O mundo, porém,
desrespeita a Deus.
A segunda voz do segundo Salmo está nos versos quatro a
seis: é a do desprezo de Deus. Enquanto o mundo se agita, range os dentes e nos
ensurdece com o barulho do pecado, no céu há tranquilidade e gargalhada. O
Senhor sorri porque o seu Reino está em paz, seguindo o curso por ele
determinado. O Rei não se abate diante do desrespeito dos povos, ele
simplesmente os despreza.
Em terceiro lugar está a voz do decreto (Sl 2.7-9). Sim, não
é pela democracia que Deus governa o Universo, é pelo decreto de sua boa,
agradável e perfeita vontade (Rm 12.2).
A última voz do Salmo 2 é a da decisão (v. 10-12). Os céus
esperam ouvir-nos: confessar arrependimento, declarar submissão, externar
reconciliação e cantar adoração. Quem tem ouvidos ouça.
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