36 Então
Jesus foi com seus discípulos para um lugar chamado
Getsêmani e lhes disse: “Sentem-se aqui enquanto
vou ali orar”. 37 Levando
consigo Pedro e os dois filhos de Zebedeu, começou a
entristecer-se e a angustiar-se. 38 Disse-lhes
então: “A minha alma está profundamente
triste, numa tristeza mortal. Fiquem aqui e vigiem comigo”. 39 Indo um
pouco mais adiante, prostrou-se com o rosto em terra e orou:
“Meu Pai, se for possível, afasta de mim este
cálice; contudo, não seja como eu quero, mas sim
como tu queres”. 40 Depois,
voltou aos seus discípulos e os encontrou dormindo.
“Vocês não puderam vigiar comigo nem por
uma hora?”, perguntou ele a Pedro. 41 “Vigiem
e orem para que não caiam em tentação.
O espírito está pronto, mas a carne é
fraca.” 42 E
retirou-se outra vez para orar: “Meu Pai, se não
for possível afastar de mim este cálice sem que
eu o beba, faça-se a tua vontade”. 43 Quando
voltou, de novo os encontrou dormindo, porque seus olhos estavam
pesados. 44 Então
os deixou novamente e orou pela terceira vez, dizendo as mesmas
palavras. 45 Depois
voltou aos discípulos e lhes disse:
“Vocês ainda dormem e descansam? Chegou a hora! Eis
que o Filho do homem está sendo entregue nas mãos
de pecadores. 46 Levantem-se
e vamos! Aí vem aquele que me trai!”
Caráter
escultural
Uma
das qualidades que nós mais apreciamos nas outras pessoas
é a alegria. Não é para menos, pois
conviver com gente feliz é prazeroso. Pessoas felizes nos
enlevam, colocam-nos para cima, fazem-nos bem, recomendam-nos a vida.
Quer
ver uma coisa? Experimente lidar com alguém triste, sem
interesse pela vida, com constantes mudanças de humor.
Você descobrirá o quanto essa
relação é frustrante e esgotante. Ela
pode até lhe fazer adoecer.
Por
conhecer os efeitos da tristeza na vida das pessoas, tanto daquelas que
vivem tristes como daqueles que convivem com a pessoa
melancólica, foi que Martyn Lloyd-Jones, pregando uma serie
de mensagens sobre Depressão
Espiritual, comentou algo que, desde que li pela primeira
vez, nunca deixei de considerar. Justificando o que o levou a pregar os
21 sermões na Capela de Westminster em Londres, Lloyd-Jones,
no ano de 1954, escreveu assim:
Crendo
como eu creio, que a maior necessidade desta hora seja de uma igreja
reavivada e alegre, o assunto tratado nestes sermões
é para mim da máxima importância
possível. Cristãos infelizes são, para
dizer o mínimo, uma pobre recomendação
da fé cristã; não pode haver
dúvida de que a alegria exuberante dos cristãos
primitivos foi um dos fatores mais poderosos na expansão do
cristianismo.
Lloyd-Jones
tinha razão, pois, conforme atestou Paulo, “o
Reino de Deus não é comida nem bebida, mas
justiça, paz e alegria no Espírito
Santo” (Rm
14.17). Portanto, uma das marcas de um caráter escultural
– de uma pessoa cheia do Espírito Santo, em quem
Cristo está sendo formado – é a alegria
no Espírito Santo. O fruto do Espírito, dentre
outras coisas, é alegria (Gl 5.22).
Agora,
não é que o cristão não se
entristeça, mas que, mesmo quando se deprime, ele desfruta
de alegria (2Co 6.10). A alegria do Senhor é o que o
fortalece (Ne 8.10), fazendo-o prosseguir.
Nosso
estudo sobre a vida de Pedro nos traz hoje ao momento em que ele,
juntamente com Tiago e João, aprendeu sobre como abater a
tristeza. A lição foi ensinada no jardim do
Getsêmani, quando Jesus encarou o cálice do
sofrimento que o aguardava na paixão e na
crucificação que em seguida viriam.
Antes,
porém, de puxarmos as cadeiras para nos assentarmos ali no
Getsêmani com Jesus, Pedro, Tiago e João, faremos
bem em abordarmos o tema da tristeza ou da melancolia de forma mais
ampliada.
Problema
de saúde pública
Um
programa da OMS (Organização Mundial da
Saúde) para a saúde mental revelou que a
depressão é problema de saúde
pública. Estima-se que em poucas décadas, talvez
duas, a depressão será a doença mais
comum no mundo todo, afetando mais pessoas que o câncer e as
doenças cardíacas.
Apesar
de atingir pessoas de todas as idades e sexos, o número de
mulheres com depressão é 50% mais elevado que o
de homens. A maior prevalência nas mulheres se deve,
principalmente, à depressão pós-parto,
que afeta até uma mãe em cada cinco.
A
depressão, segundo a OMS, é diferente das
mudanças de humor mais comuns.
Ela
se manifesta por um sentimento de tristeza que dura, ao menos, duas
semanas, e que impede a pessoa de levar uma vida normal. É
fruto da interação de fatores sociais,
psicológicos e biológicos. Em muitas
ocasiões, está relacionada com a saúde
física. Uma doença cardiovascular pode, por
exemplo, desencadear a depressão no
enfermo. Além disso, em circunstâncias
particulares – como as dificuldades econômicas, o
desemprego, as catástrofes naturais e os conflitos
– pode aumentar o risco de a pessoa sofrer com a
depressão. Nos casos mais graves, a depressão
pode levar ao suicídio. Cerca de um milhão de
pessoas se suicida a cada ano e uma grande porcentagem delas padece de
depressão profunda. Mais de 50% das pessoas que se suicidam
sofriam de depressão.
Diagnóstico
de depressão
O
Dr. Drauzio Varella diz que
Depressão
é a tristeza quando não acaba mais. Ela
é uma doença psiquiátrica,
crônica e recorrente, que produz uma
alteração do humor caracterizada por uma tristeza
profunda, sem fim, associada a sentimentos de dor, amargura,
desencanto, desesperança, baixa autoestima e culpa, assim
como a distúrbios do sono e do apetite.
O
Dr. Varella também argumenta que nem toda tristeza
é depressão.
É
importante distinguir a tristeza patológica daquela
transitória provocada por acontecimentos difíceis
e desagradáveis, mas que são inerentes
à vida de todas as pessoas, como a morte de um ente querido,
a perda de emprego, os desencontros amorosos, os desentendimentos
familiares, as dificuldades econômicas, etc. Diante das
adversidades, as pessoas sem a doença sofrem, ficam tristes,
mas encontram uma forma de superá-las. Nos quadros de
depressão, a tristeza não dá
tréguas, mesmo que não haja uma causa aparente. O
humor permanece deprimido praticamente o tempo todo, por dias e dias
seguidos, e desaparece o interesse pelas atividades, que antes davam
satisfação e prazer.
Para
ajudar as pessoas a identificarem os sintomas da depressão,
Drauzio Varella oferece um algoritmo, retirado da quarta
edição do Manual Diagnóstico e
Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-IV):
- Durante o último mês, você esteve frequentemente chateado por se sentir deprimido e desesperançado?
- Durante o último mês, você esteve frequentemente chateado por sentir falta de interesse nas atividades?
Se
a resposta foi não a ambas as perguntas, é pouco
provável que você tenha depressão. Mas,
se uma das respostas foi sim, esteja atento a outros sintomas da
doença.
O
diagnóstico de depressão requer a
presença de cinco ou mais dos sintomas a seguir.
É preciso que haja, obrigatoriamente, espírito
deprimido ou anedônia (perda da capacidade de sentir prazer),
durante pelo menos duas semanas, provocando distúrbios e
prejuízos na área social, familiar, ocupacional e
outros campos da atividade diária.
- Estado deprimido: sentir-se deprimido a maior parte do tempo, quase todos os dias;
- Anedônia: interesse ou prazer diminuído para realizar a maioria das atividades;
- Alteração de peso: perda ou ganho de peso não intencional;
- Distúrbio de sono: insônia ou hipersônia praticamente diárias;
- Problemas psicomotores: agitação ou apatia psicomotora, quase todos os dias;
- Falta de energia: fadiga ou perda de energia, diariamente;
- Culpa excessiva: sentimento permanente de culpa e inutilidade;
- Dificuldade de concentração: habilidade frequentemente diminuída para pensar ou concentrar-se;
- Ideias suicidas: pensamentos recorrentes de suicídio ou morte.
De
acordo com o número de itens respondidos afirmativamente, o
estado depressivo pode ser classificado em três grupos:
- Depressão menor: 2 a 4 sintomas por duas ou mais semanas, incluindo estado deprimido ou anedônia (perda da capacidade de sentir prazer);
- Distimia: 3 ou 4 sintomas, incluindo estado deprimido, durante dois anos, no mínimo;
- Depressão maior: 5 ou mais sintomas por duas semanas ou mais, incluindo estado deprimido ou anedônia.
Tratamento
da depressão
Frequentemente,
os recursos aplicados no combate à depressão
são farmacológicos e psicoterápicos,
associados à atividade física. Isso revela a
complexidade do assunto; ou seja, ninguém jamais
poderá generalizar e dizer que a depressão
é um problema meramente fisiológico ou
psicológico/emocional.
Depressão
não é um problema meramente
fisiológico. Dizer que sim, seria bioreducionismo, ou seja,
reduzir o ser humano à sua atividade cerebral, aos seus
neurotransmissores, às substâncias
químicas produzidas pelos neurônios, sem levar em
contar qualquer atividade da pessoa como unidade.
A
verdade é que não se pode diagnosticar com
confiança um desequilíbrio químico
(baixos níveis de serotonina em certas áreas do
cérebro). Simplesmente porque não há
como saber realmente que ele existe e em que grau ele existe. Mesmo que
houvesse um teste preciso para isso (o que ainda não
existe), o teste não diria se o desequilíbrio
químico causou a depressão ou se a
depressão causou o desequilíbrio
químico.
Ademais,
quando se conclui que a depressão é um problema
meramente fisiológico, todas as outras perspectivas de
tratamento (psicoterápicas, por exemplo)
parecerão superficiais e irrelevantes, o que sabemos
não ser verdade.
Depressão
também não pode ser taxada como um problema
espiritual, do tipo, pecado e pronto. Nem toda depressão
é pecado. De todos os exemplos bíblicos que
comprovam essa afirmação, há, em
especial, o de Jesus, quando ele parece ter experimentado um momento de
depressão aguda. Note o que ele disse:
Mt
26.38 | Disse-lhes
então [Jesus]: “A minha alma está
profundamente triste, numa tristeza mortal. Fiquem aqui e vigiem
comigo”.
Charles
H. Spurgeon foi um de meus heróis da fé. O
príncipe dos pregadores, como ficou conhecido, sofria com
fortes crises de depressão. Em 1858, aos 24 anos de idade,
aconteceu pela primeira vez. Ele relatou:
Meu
desânimo ficou tão agudo que eu chorava a qualquer
hora, como criança, mas não sabia o motivo do
choro.
À
medida que os anos foram passando, os momentos de melancolia voltavam.
Às vezes ele parecia disposto a entregar tudo. Observe:
Não
se pode argumentar com depressão sem causa, nem a harpa de
Davi pode afastá-la […] Seria melhor lutar contra
a neblina que contra essa falta de esperança sem forma,
indefinível, mas que a tudo anuvia […] A barra de
ferro, que tão misteriosamente tranca a porta da
esperança e mantém o ânimo em uma
prisão sombria, precisa da mão celestial para
arrancá-la.
A
depressão, como já dissemos, não
é simplesmente um problema médico, mental,
psicológico ou espiritual. A depressão
é um problema de se ser humano. A vida com seus problemas
faz com que mente e alma afetem o corpo e vice-versa, e muitas vezes
não há como distinguir por onde tudo
começou.
No
entanto, a Bíblia parece indicar de onde pode brotar as
complicações e a cura para a depressão
– do coração.
Pv
12.25 | O
coração ansioso deprime o homem, mas uma palavra
bondosa o anima.
O
tratamento da depressão, portanto, passa pela
compreensão correta de como o coração
humano responde ou deve responder aos problemas da vida, sejam eles
físicos, emocionais, financeiros ou sociais.
A
raiz da depressão
Asafe
parece ter compreendido que a raiz da depressão
não é tão óbvia.
Sl
73.26 | O
meu corpo e o meu coração poderão
fraquejar, mas Deus é a força do meu
coração e a minha herança para sempre.
Asafe
admite o
componente físico que
pode estar envolvido numa depressão, pois ele diz: “O
meu corpo poderá fraquejar”. Como
vimos, realmente há o componente físico, tais
quais: alteração
de peso, distúrbio de sono, problemas psicomotores, falta de
energia, fadiga, dificuldade de concentração, e
outros.
Além
do componente físico, Asafe reconhece o
componente emocional ou espiritual da
depressão, ao dizer: “O
meu coração poderá fraquejar”.
De fato há esse componente
invisível: esgotamento,
tristeza, culpa, desencorajamento, angústia, estresse,
ideias suicidas, etc.
Tanto
o componente físico como o emocional (ou espiritual)
são agravados e tendem
a evoluir até o limite. O verbo
usado por Asafe para “fraquejar” vem da
palavra hebraica “kalla”,
que significa, literalmente, “chegar
ao fim”, “esgotar”, “acabar”.
Portanto,
quando Asafe diz: “o
meu corpo e o meu coração poderão
fraquejar” ele
está dizendo que física
e espiritualmente (emocional
ou mentalmente) ele pode chegar ao fim de suas forças para
lutar e muitas vezes ele chegou, mas
a saída desse buraco negro está na fé
e na esperança em Deus.
Sl
73.26 | O
meu corpo e o meu coração poderão
fraquejar, mas Deus é a força do meu
coração e a minha herança para sempre.
Asafe
parece estar ensinando que a
raiz da depressão pode estar em não se
contra-atacar aos estímulos do
corpo, da cabeça ou das circunstâncias com
fé e esperança na graça de Deus. A
raiz da depressão pode estar em não se buscar
abater a tristeza.
Spurgeon
compreendeu tudo isso e nunca parou de lutar, buscando abater a
tristeza que, virava e mexia, procurava derrotá-lo.
Essa
melancolia é a minha pior característica.
É um vício. O desânimo não
é virtude; creio que é um defeito. Estou
sinceramente envergonhado de mim mesmo por cair nele, mas tenho certeza
de que não há outro remédio para ele
além da santa fé em Deus.
Quando
o corpo adoece e o coração entra em coma, a
fé e a esperança na graça de Deus,
promovidas pela Palavra na força do Espírito
Santo, deverão entrar em cena, pois são a
única cura definitiva.
Pv
12.25 | O
coração ansioso deprime o homem, mas uma palavra
bondosa o anima.
Que
“palavra bondosa” é essa que anima o
homem? É a Palavra de Deus! Davi diz assim, no Salmo
19.7: “A
lei do Senhor é perfeita, e revigora a alma”.
Portanto, a
raiz de toda depressão, longe de
ser o corpo ou a circunstância, pode estar em não
se contra-atacar aos estímulos do corpo, da
cabeça ou das circunstâncias com fé e
esperança na graça de Deus.
A
depressão é um problema de se ser humano,
independentemente de seus causadores serem o corpo, a cabeça
ou as circunstâncias, e a única forma eficaz de
combatê-la é arrancando a sua raiz, ou seja:
jamais deixar de contra-atacar com fé e esperança
na graça de Deus. Jesus disse assim:
Jo
16.33 | Eu
lhes disse essas coisas para que em mim vocês tenham paz.
Neste mundo vocês terão
aflições; contudo, tenham ânimo! Eu
venci o mundo.
Abatendo
a tristeza
Oito
estratégias práticas para se combater a
depressão foram apresentadas pelo Dr. Sam R. William em um
artigo escrito para a LifeWay, em dezembro de 2002. Lá ele
diz:
- Descreva a sua experiência, enxergando forma e intensidade.
- Identifique as causas, ouvindo o que a depressão está dizendo.
- Leia e absorva as Escrituras em busca de fé e esperança.
- Aja segundo a verdade, dando pequenos passos de fé.
- Reavalie o seu estilo de vida: sono, trabalho, atividade física, alimentação.
- Resolva os seus conflitos.
- Não permaneça inerte. Sai de si mesmo e se envolva na vida de outros.
- Consulte um médico.
Além
dessas estratégias práticas, observe como Pedro
aprendeu com Jesus a forma de se abater a tristeza que tenta nos
destruir. Como já vimos, o estado de Jesus era de tristeza
aguda. Observe, mais uma vez:
Mt
26.38 | Disse-lhes
então [Jesus]: “A minha alma está
profundamente triste, numa tristeza mortal. Fiquem aqui e vigiem
comigo”.
Por
que Jesus estaria neste estado?
Se
ele pudesse falar sobre esse seu sofrimento, se pudéssemos
“ouvir a depressão” de Jesus, buscando
identificar a causa, o que perceberíamos? Graças
a Deus que João nos deixou algo registrado e que pode nos
ajudar a entender.
Jo
12.27 | Agora
meu coração está perturbado, e o que
direi? Pai, salva-me desta hora? Não; eu vim exatamente para
isto, para esta hora.
John
Piper, no capítulo 24 do excelente livro Graça
Futura (ed.
Shedd Publicações) argumenta que Jesus, apesar de
nunca ter pecado (Hb 4.15; 2Co 5.20), estaria sofrendo rajadas
constantes de ataques do diabo, colocando em dúvida a obra
que ele, Jesus, realizaria na cruz. É como se o Senhor
estivesse argumentando diante de Deus o seguinte:
Valerá
mesmo a pena? Devo realmente ir até o fim? Não
será tudo em vão? Não! Nada disso. Foi
para isso que vim.
Essa
batalha constante na mente de Jesus o teria levado a uma “tristeza
mortal”. Além, é claro, do
peso da responsabilidade daquela missão e dos pecados da
humanidade sobre os seus ombros.
Jesus
abatido! Como pode?
O
mesmo Jesus que disse “A
minha alma está profundamente triste” (Mt
26.38), também disse, noutra ocasião, o seguinte
aos seus discípulos:
Jo
14.1 | Não
se perturbe o coração de vocês. Creiam
em Deus; creiam também em mim.
Jo
14.27 | Deixo-lhes
a paz; a minha paz lhes dou. Não a dou como o mundo a
dá. Não se perturbe o seu
coração, nem tenham medo.
Como
é que ele diz para os discípulos não
se perturbarem, não se entristecerem, enquanto ele mesmo
estava “profundamente
triste”, perturbado? Seria
contradição? Não, de forma alguma!
Aos
discípulos, Jesus estava ensinando que tão logo a
bomba do desencorajamento e da tristeza, que podem levar à
depressão, tocar o solo do coração,
eles deveriam imediatamente contra-atacar com fé e
esperança na graça de Deus. Mas, como?
Isso
ele mostra na forma como ele mesmo contra-atacou suas
dúvida, seus medos e seus temores no Getsêmani.
Como
Jesus abateu a tristeza
Ao
nos debruçarmos sobre o método que Jesus usou
para abater sua tristeza profunda, peço que você
fixe sua mente e seu coração naquilo que mais
rouba sua paz, levando você ao pântano da tristeza.
Há
seis atitudes de Jesus que precisam ser consideradas.
1.
Jesus chamou para perto alguns amigos
Mt
26.36-37 | 36 Então
Jesus foi com seus discípulos para um lugar chamado
Getsêmani e lhes disse: “Sentem-se aqui enquanto
vou ali orar”. 37 Levando
consigo Pedro e os dois filhos de Zebedeu, começou a
entristecer-se e a angustiar-se.
Jesus
não se isolou, mas também não se
expôs para todo mundo. Ele chamou para si os amigos mais
íntimos, aqueles em quem confiava.
2.
Jesus abriu seu coração aos amigos
Mt
26.37-38 | 37 Levando
consigo Pedro e os dois filhos de Zebedeu, começou a
entristecer-se e a angustiar-se. 38 Disse-lhes
então: “A minha alma está profundamente
triste, numa tristeza mortal. Fiquem aqui e vigiem comigo”.
Jesus
não se constrangeu ao desnudar seu
coração deprimido, mesmo que isso lhe expusesse e
chocasse os discípulos.
3.
Jesus pediu a ajuda dos amigos
Mt
26.38 | (…)
“A minha alma está profundamente triste, numa
tristeza mortal. Fiquem aqui e vigiem comigo”.
Jesus
admitiu precisar de companhia para se sustentar e lutar, ele pediu
oração.
4.
Jesus derramou seu coração diante de Deus
Mt
26.39 | Indo
um pouco mais adiante, prostrou-se com o rosto em terra e orou:
“Meu Pai, se for possível, afasta de mim este
cálice; contudo, não seja como eu quero, mas sim
como tu queres”.
Jesus
orou a Deus, expressando seus desejos e afirmando sua
disposição em confiar e fazer cumprir na sua vida
a vontade do Pai.
5.
Jesus amou os amigos em suas fraquezas
Mt
26.40-45 | 40 Depois,
voltou aos seus discípulos e os encontrou dormindo.
“Vocês não puderam vigiar comigo nem por
uma hora?”, perguntou ele a Pedro. 41 “Vigiem
e orem para que não caiam em tentação.
O espírito está pronto, mas a carne é
fraca.” 42 E
retirou-se outra vez para orar: “Meu Pai, se não
for possível afastar de mim este cálice sem que
eu o beba, faça-se a tua vontade”. 43 Quando
voltou, de novo os encontrou dormindo, porque seus olhos estavam
pesados. 44 Então
os deixou novamente e orou pela terceira vez, dizendo as mesmas
palavras. 45a Depois
voltou aos discípulos e lhes disse:
“Vocês ainda dormem e descansam?
Jesus
amou seus discípulos na fraqueza deles. Ele não
desistiu de lutar apesar do fracasso dos amigos íntimos.
Não se deixou decepcionar pelas pessoas.
6.
Jesus agiu com fé, esperança e amor
Mt
26.45-46 | 45b
(…) Chegou
a hora! Eis que o Filho do homem está sendo entregue nas
mãos de pecadores. 46Levantem-se
e vamos! Aí vem aquele que me trai!”
Jesus
secou suas lágrimas e seguiu a vida com fé e
esperança, apesar das dificuldades. Apesar de Judas.
Aliás, ele amou Judas. Nada nas circunstâncias
haviam mudado. O que mudou foi que agora Jesus estava com
fé, esperança e amor renovados. Isso fez a
diferença na hora da profunda tristeza.
Abatendo
a tristeza
Pois
bem, quando o corpo e as circunstâncias lhe pressionarem,
quando a bomba da tristeza, da dor, da angústia e da
desesperança cair no solo do seu
coração, contra-ataque com fé,
esperança e amor.
Há
um plano, usado pelo próprio Senhor, que se soubermos usar,
seremos fortalecidos nesse combate contra a depressão.
- Encontre os amigos confiáveis
- Abra seu coração a eles
- Peça a ajuda deles
Gente
que saiba ouvir sua dor, enxergando forma e intensidade.
Gente
que te ajude a identificar causas, ouvindo o que a depressão
está dizendo.
Gente
que te leve a ler e a absorver a Bíblia em busca de
fé e esperança.
Gente
que reavalie com você o seu estilo de vida.
Gente
que ajude você a resolver os conflitos que possam haver.
Gente
que, se for o caso, te ajude encontra um médico e acompanhe
você.
- Derrame-se diante de Deus.
- Não se desiluda nem deixe de amar as pessoas.
- Aja com fé, esperança e amor. Saia de si mesmo.
Pedro
aprendeu como abater a tristeza.
1Pe
5.6-11 | 6 Portanto,
humilhem-se debaixo da poderosa mão de Deus, para que ele os
exalte no tempo devido. 7 Lancem
sobre ele toda a sua ansiedade, porque ele tem cuidado de
vocês. 8 Estejam
alertas e vigiem. O Diabo, o inimigo de vocês, anda ao redor
como leão, rugindo e procurando a quem possa devorar. 9Resistam-lhe,
permanecendo firmes na fé, sabendo que os irmãos
que vocês têm em todo o mundo estão
passando pelos mesmos sofrimentos. 10 O Deus
de toda a graça, que os chamou para a sua glória
eterna em Cristo Jesus, depois de terem sofrido durante pouco de tempo,
os restaurará, os confirmará, lhes
dará forças e os porá sobre firmes
alicerces. 11 A ele
seja o poder para todo o sempre. Amém.
Há
um tipo de tristeza que produz arrependimento e leva à
salvação.
2Co
7.9-10 | 9 Agora,
porém, me alegro, não porque vocês
foram entristecidos, mas porque a tristeza os levou ao arrependimento.
Pois vocês se entristeceram como Deus desejava, e de forma
alguma foram prejudicados por nossa causa. 10 A
tristeza segundo Deus não produz remorso, mas sim um
arrependimento que leva à salvação, e
a tristeza segundo o mundo produz morte.
Não
seria o seu estado de tristeza fruto de uma
convicção de erro e do pecado? Volte-se para Deus
em arrependimento. Receba a cristo. Abata essa tristeza com
fé na graça de Deus em Cristo.
Deixe
que o evangelho produza salvação a partir de sua
tristeza.
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