Saúda-vos Epafras, que é dos vossos, servo de Cristo,
combatendo sempre por vós em orações, para que vos conserveis firmes, perfeitos
e consumados em toda a vontade de Deus. (Cl 4:12)
Epafras é mais um dos servos do Senhor, citados por Paulo,
que serviu de pioneiro nas primitivas igrejas apostólicas. Entenda-se
apostólicas como igrejas fundadas pelos apóstolos. Não há mais apóstolo algum,
tendo em vista que foram ordenados pelo Senhor e que não houve ordem alguma
para a continuidade da função. Eles foram os lançadores de alicerces, os que
receberam a revelação do Novo Testamento, sob cujas doutrinas a Igreja do
Senhor foi erguida. Hoje temos pastores, mestres, evangelistas, diáconos, mas
não temos apóstolos. Ah, você já ouviu falar de um, há apóstolos naquela igreja
e naquela denominação? Pois pergunte aos seus adeptos se ele foi testemunha
ocular da história de Cristo. Se foi e se esteve presente durante o ministério
terreno do Senhor, e se faz parte dos doze, eu retirarei o que disse...
(veja-se Atos 2.21-22: É necessário, pois, que, dos homens que conviveram
conosco todo o tempo em que o Senhor Jesus entrou e saiu dentre nós, Começando
desde o batismo de João até ao dia em que de entre nós foi recebido em cima, um
deles se faça conosco testemunha da sua ressurreição.).
Epafras tem um nome que poderia ser diminutivo de
Epafrodito, mas não se trata da mesma
pessoa.
Ele é identificado como "ministro de Cristo". Era
um pastor. Que privilégio! Como aprendestes de Epafras, nosso amado conservo,
que para vós é um fiel ministro de Cristo, (Cl 1:7). Ele não era um pastor
qualquer. Era um pastor fiel, que servia a Cristo com os colossenses. Que
privilégio! E que bom testemunho!
Epafras trouxe também boas notícias destes para o apóstolo,
que ansiava por saber se estavam firmes no Senhor. O qual nos declarou também o
vosso amor no Espírito. (Cl 1:8). Um pastor que, com alegria, contava que as
ovelhas do Senhor sob sua responsabilidade estavam cheias do amor de Deus no
Espírito Santo! Talvez muitos de nós contássemos outras coisas: feitos
financeiros, construções, atividades, agendas, e, não raras vezes, os defeitos
do rebanho sob nossos cuidados. Epafras, contudo, falou do quanto estes irmãos
amavam ao Senhor e os que serviam a Deus, e isto no Espírito Santo (fruto de
consagração e de submissão à vontade do Senhor).
Epafras sofreu muito por Cristo. Talvez até por ter procurado
o Apóstolo Paulo, vamos encontrá-lo também preso por causa de Cristo: Saúdam-te
Epafras, meu companheiro de prisão por Cristo Jesus, (Fm 1:23). Privado do
rebanho do Senhor e de sua amada igreja em Colossos, Epafras sofria a prisão
junto do Apóstolo Paulo. E, com certeza, sem reclamar. Pagava o preço do
discipulado, o preço de ser contado entre aqueles que deram a vida pelo Senhor.
Nesta intimidade prisional foi que Paulo verificou como
Epafras servia à igreja que amava, mesmo à distância: orando! Saúda-vos
Epafras, que é dos vossos, servo de Cristo, combatendo sempre por vós em
orações, para que vos conserveis firmes, perfeitos e consumados em toda a
vontade de Deus. (Cl 4:12)
Epafras "combatia em oração"! Combate é luta, é
guerra, é batalha. Epafras orava de tal forma que guerreava pelos crentes sob
sua responsabilidade. E o que será que ele pedia?
1) Ele pedia pela firmeza em Cristo por parte daqueles
crentes. Ah, como nós sofremos ao ver a fragilidade da fé no rebanho ao qual
servimos! Pregamos, oramos, ensinamos e, quando damos por nós mesmos,
verificamos no facebook de membros, ou nas conversas de corredor, ou nas
notícias que nos chegam, que a fé sucumbiu às desinteligências de
compartilhamentos tolos, chulos, arrogantes, medíocres, violentos, anti-cristãos.
Epafras também sofria pelos crentes de sua igreja. Então, ciente da luta, ele
orava por eles. Ele intercedia, pedia pela firmeza em Cristo! Clamava para que
as labaredas do amor a Deus e a fidelidade aos mandamentos do Senhor não se
esfriassem. Ah, como as nossas igrejas recebem pouca oração de seus ministros!
Oramos por construção, por crescimento numérico, por missões, mas
especificamente pela firmeza de cada um em todas as áreas da vida humana dos
crentes, oramos muito pouco. Epafras orava muito, muito! Tanto orava que
surpreendeu a Paulo!
2) Orava também para que fossem perfeitos no Senhor! Sim,
Epafras pedia por perfeição da parte destes crentes. E alguém consegue a
perfeição? Neste mundo não. Mas seremos perfeitos em Cristo, na eternidade, o
que não nos libera de buscar a perfeição agora, em vida. Paulo mesmo dizia: Não
que já a tenha alcançado, ou que seja perfeito; mas prossigo para alcançar
aquilo para o que fui também preso por Cristo Jesus. (Fp 3:12). Epafras não
esperava por tal maturidade espontânea de seus membros (que raramente a
teriam). Então ele clamava por eles: pedia para que fossem perfeitos no
testemunho, na conduta, na moral, no amor pelo próximo, no cultivo de laços
familiares, nas finanças, como cidadãos, como trabalhadores, como filhos, como
crentes. Nós, pastores, precisamos orar para que os crentes sob nossa
responsabilidade também alcancem isto!
3) Por fim, Epafras orava para que fossem "plenamente
convictos em toda a vontade de Deus" (consumados). Que aqueles crentes não
fizessem só uma parte da vontade de Deus; que não O agradassem apenas em alguns
aspectos, mas de forma integral: que em tudo colocassem o Reino de Deus em
primeiro lugar; que administrassem os seus bens lembrando-se das ofertas e do
auxílio ao próximo; que vivessem a vida comum do lar com decência e com
integridade; que trabalhassem com afinco para ganharem o pão quotidiano; que
testemunhassem do Senhor em todo o tempo e que estivessem prontos para darem
razão da fé que tinham. Epafras orava continuamente por isto. Epafras pedia
isso por seus crentes no Senhor. Será que nós, pastores, usamos o tempo de
oração pelos membros de nossa igreja assim?
Epafras sofreu muito, mas está na glória celestial e aguarda
o grande dia da ressurreição. Nada temas das coisas que hás de padecer. Eis que
o diabo lançará alguns de vós na prisão, para que sejais tentados; e tereis uma
tribulação de dez dias. Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida. (Ap
2:10)
Eu quero ter o privilégio de conhecê-lo e de dar-lhe um
abraço, agradecendo-lhe por ter sido fiel e digno da menção de Paulo em suas
cartas. E por ter me inspirado a ser um pastor que ore mais pela igreja do
Senhor aos meus cuidados; não apenas por sua saúde ou proteção, mas para que
sejam firmes, sejam perfeitos e que pratiquem toda a vontade de Deus em suas
vidas.
Pastores, vamos seguir o exemplo de Epafras?
Que Deus nos abençoe.
Pr. Wagner Antonio de Araújo
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