Ouvi de um senador evangélico, recentemente, que a Igreja
não tem o papel de educar, mas os pais. Certo? Ainda que a base seja o lar, a
Igreja que não educa merece o nome de Igreja? Quando se afirma que o púlpito
deve ser também cátedra, que isso significa? E o que dizer da Escola Bíblica
Dominical? Sua função é apenas informar? Por que a EBD reclama especial atenção
e prática? Vão aqui ligeiras considerações.
1 1 - A EBD tem como livro- -texto as Escrituras, sem
dispensar leituras complementares como auxílio na aprendizagem. E não faltam
ótimos livros devocionais e exegéticos. Recorde-se que a Bíblia informa e
forma. Informando sobre valores da vida cristã, contribui para a formação do
caráter. É um compêndio de educação cívica, moral e religiosa. Jesus mandou
fazer discípulos, o que inclui ensino, educação (Mateus 28.19,20).
2 - Abrange todas as idades. Para atender a
cada faixa etária, editoras evangélicas promovendo libertação na vida daqueles
que a leem. A Bíblia ainda sofre ataques daqueles que dizem que ela é apenas um
conjunto de regras e preceitos morais forjados pelos primeiros cristãos, que
ela é uma cartilha de moralidade e cabresto social e sexual. Outros ainda
afirmam que a Bíblia é apenas um conjunto de histórias inventadas por homens
que os cristãos ignorantes acreditam ser verdade. Para muitos, nesse contexto
relativista, a Bíblia não é e nem contém a única verdade, pelo contrário, eles
dizem que a Bíblia pode até ser verdade para os cristãos fanáticos, mas que não
é a verdade absoluta para a produzem literatura didaticamente diversificada.
3 - Propõe leituras diárias relacionadas
aos diferentes assuntos, favorecendo a interpretação e maior proveito em cada
estudo dominical. Convém dar atenção a essa provisão que aparece nas revistas.
4 - Propicia participação dos alunos, sem
discriminação. Todos têm direito à palavra, mesmo para dar palpite errado. Por
vezes, ajudando a classe a crescer. Não deve ser, portanto, aula apenas
expositiva. Passou o tempo humanidade. Na realidade, o pastor C.H Spurgeon nos
adverte assim: “A Bíblia contém o que os homens odeiam: a verdade”. Para nós, a
Bíblia é a verdade, é a Palavra de Deus imutável e sem erros. O Senhor Jesus
afirmou isso em Sua oração por nós dizendo assim: “Santifica-os na verdade, a
tua Palavra é a verdade”. A Palavra de Deus promove santificação e retira de
nós o desejo de Satanás, a desobediência. A verdade da Bíblia remove o nosso
desejo pecaminoso e nos ensina a vivermos de acordo com a vontade Soberana de
Deus. A Verdade nos santifica, ou seja, nos leva para perto de Deus. Essa
verdade nos da chamada Escola Tradicional, em que o professor era o “dono da
verdade” e somente ele falava. Nem as crianças aceitam esse monopólio hoje. O
debate enriquece o ensino. O questionamento também. Ouvi, de certo professor,
que declarou: “Só gosto de um aluno”. Perguntaram: “Como é possível, se o
senhor tem muitos alunos?” Resposta: “É que somente um me questiona, e me
constrange a pesquisar mais e aprender mais”.
5 - Não oferece férias. De janeiro a
dezembro, ocupa a mente dos discípulos com assuntos sempre inacabados, em um
processo crescente e constante. Nunca se sabe tudo da Bíblia. Nenhum aluno
matriculado espera diploma de formatura. Por que menosprezar a EBD? Rompimento
com o tradicional? Receio de rotina? Busca de alternativas mais atraentes? Há
mesmo substituto melhor? Fica subentendido que os professores hão de ser
capazes de ministrar com o máximo de dedicação e habilidade, a fim de cativar
seus alunos e nem um deles vá buscar capim mais verde em outros pastos.
Pr. Francisco Mancebo Reis
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